Centenas de quilômetros de engarrafamentos e o caos nos transportes públicos marcam nesta segunda-feira (9) o quinto dia de greve na França contra a reforma da Previdência do governo do presidente Emmanuel Macron, que enfrenta um teste de fogo para seu projeto.
A paralisação nos transportes provocou cenas de caos, sobretudo em Paris, com poucos trens e linhas de metrô em circulação e mais de 500 quilômetros de engarrafamentos. Nove das 15 linhas de metrôs da capital francesa estavam completamente fechadas e apenas duas, 100% automatizadas e que circulam sem condutor, funcionavam normalmente.
Sete das 25 garagens de ônibus de Paris amanheceram bloqueadas por grevistas: apenas um terço dos veículos saíram às ruas. Diante da falta de transportes públicos, e com uma segunda de fortes chuvas, muitos franceses foram obrigados a utilizar os próprios veículos, o que gerou mais de 600 km de engarrafamentos na região de Paris às 8h, três vezes acima do normal.
A situação não deve melhorar na terça-feira (10), dia em que os sindicatos convocaram uma nova jornada de greve e manifestações, após o sucesso da paralisação da última quinta-feira, que levou 800 mil pessoas às ruas e provocou o fechamento da Torre Eiffel.
Alvo do descontentamento, o projeto de reforma da Previdência ainda não foi revelado na íntegra, mas o governo já divulgou várias mudanças previstas, entre elas a substituição dos atuais 42 regimes de aposentadoria existentes (geral, de funcionários públicos, setor privado, especiais, autônomos, complementares).
Nesta segunda, o presidente Emmanuel Macron receberá os principais ministros de seu gabinete para concluir os detalhes do projeto, que, segundo os influentes sindicatos do país, obrigará os franceses a trabalhar por mais tempo para receber uma pensão menor. Sob forte pressão, o Executivo pretende apresentar o projeto completo na quarta-feira.