A Câmara de Representantes dos Estados Unidos pretende votar nesta quarta-feira (18) duas acusações contra Donald Trump, que está a um passo de virar o terceiro presidente a enfrentar um julgamento político no país. A Câmara, que tem maioria democrata, decidirá no fim da tarde, após uma sessão de seis horas, se aprova as acusações de "abuso de poder" e "obstrução ao trabalho do Congresso" contra o presidente.
Caso mais da metade dos deputados vote a favor, o processo contra Trump segue ao Senado, mas ele permanece no cargo.
— A Câmara de Representantes exercerá uma das atribuições mais solenes que a Constituição lhe concede, quando se reunir para aprovar dois artigos de acusação contra o presidente — declarou na terça-feira (17) a líder democrata, Nancy Pelosi, em carta enviada aos congressistas do partido.
Em uma carta de mais de cinco páginas em tom raivoso, na qual considera "enganosas e absurdas" as acusações apresentadas contra ele, Trump se apresenta como uma vítima de uma "cruzada viciosa", acusa Pelosi de "minar a democracia" e adverte que "a história a julgará duramente".
Para o presidente, a votação na Câmara de Representantes "não é nada mais que uma tentativa de golpe de Estado ilegal e partidária", motivada pelo ressentimento. Ele acusou os democratas de incapacidade de aceitar o veredicto das urnas. E afirma que sairá vitorioso do processo:
— Não tenho dúvidas de que o povo americano a responsabilizará, junto com os democratas, nas eleições de 2020.
Se aprovado na Câmara, o julgamento de Trump no Senado provavelmente acontecerá em janeiro. Por enquanto, nas condições políticas atuais, a previsão é de que o presidente seja absolvido na Câmara Alta: seriam necessários pelo menos 67 votos para afastá-lo do cargo, e os republicanos ocupam 53 dos 100 assentos.
Em um telefonema em julho, o republicano teria pressionado o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, para que este investigasse o filho de um de seus principais adversários, Joe Biden. É por este caso que ele deverá ser investigado.