Uma mulher de 36 anos ficou cega após ser atingida no rosto por uma bomba de gás lacrimogêneo durante distúrbios em Santiago, em meio à crise social que abala o Chile. O incidente ocorreu na noite de terça-feira (26), quando Fabiola Campillay se dirigia ao trabalho no bairro de San Bernardo, onde ocorriam protestos.
A mulher foi levada ao centro médico de San Bernardo para ser atendida por diversos ferimentos, na cabeça e no rosto.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) anunciou, na quarta-feira (27), que apresentará uma ação contra o Corpo dos Carabineiros "pelo homicídio frustrado" de Fabiola, que, como denunciaram sua irmã e seu marido, "recebeu uma (bomba) lacrimogênea no rosto e perdeu os dois olhos".
O INDH também denunciou que o fotógrafo chileno Claudio Pérez, que trabalha para o Instituto, foi agredido pela polícia quando cobria um protesto feminista em Santiago.
Segundo o fotógrafo, ele caminhava pela Avenida Alameda com outras pessoas, no trecho do Cerro Santa Lucía, quando surgiram "uns seis ou 10 pacos (policiais) gritando algo incompreensível". Pérez, que carregava as credenciais do INDH e um capacete com câmera GoPro, acionou "por instinto o botão da câmera para gravar a situação", que ficou registrada em vídeo.
A gravação mostra Pérez exibindo sua credencial enquanto é agredido, tem sua câmera arrancada e recebe golpes de cassetete nos glúteos. Já no chão, Pérez é insultado por estar filmando os Carabineiros. Finalmente, os policiais se afastam e chegam as brigadas de voluntários paramédicos para socorrer o grupo.