Subiu para 18 o número de mortos em decorrência dos protestos contra o governo do Chile. De acordo com o balanço divulgado pelo subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, um menino e um homem morreram após um motorista ter atropelado um grupo de manifestantes. A terceira vítima teria sido agredida por policiais, segundo os familiares.
As manifestações, em Santiago e em outros pontos do país, já duram seis dias, mesmo depois de o presidente Sebastián Piñera ter anunciado medidas para conter o caos.
Nesta quarta-feira (23), sindicatos e movimentos sociais convocaram uma greve geral para dar sequência aos protestos. Com isso, milhares de pessoas foram á Praça Itália, em Santiago, para uma manifestação. Tanto na capital quanto em Valparaíso, o encontro teve contornos violentos.
O governo vem sofrendo ataques também pela forma como está enfrentando os protestos. A população critica a decisão de Piñera de deixar o Chile em um "estado de emergência" e ainda condena os toques de recolher e o chamado ao Exército para controlar as manifestações.
O governo decretou toque de recolher desde o fim da tarde desta quarta até a manhã desta quinta-feira (24).
O estopim para a crise foi o aumento do preço das passagens de metrô — o índice de 3,75% foi posteriormente revogado. Antes disso, porém, a população já demonstrava insatisfação com a condição de vida no país, com problemas nas áreas de saúde, de educação e com defasagem nos valores de aposentadoria.
Na tentativa de conter os ânimos da população, Piñera pediu desculpa pelos problemas que culminaram com as manifestações e prometeu medidas de benefícios sociais. Entre elas estão a criação de uma renda mínima a todos os trabalhadores com jornada completa e uma forma de estabilizar o valor das contas de energia elétrica.