A poluição provocada pelos incêndios na Indonésia obrigou milhares de escolas a cancelar as aulas nesta quarta-feira no país do sudeste asiático e na Malásia, um cenário que ameaça a organização do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Singapura no próximo fim de semana.
Os incêndios florestais devastam áreas das ilhas de Bornéu e Sumatra e poluem o ar da região, assim como o de países vizinhos como Malásia e Singapura.
Jacarta mobilizou 9.000 bombeiros e soldados, com o apoio de helicópteros, para tentar conter as chamas.
As queimadas ilegais são frequentes na Indonésia, um recurso para limpeza e preparo do solo antes do plantio, mas em 2019 a situação é mais grave em consequência do clima seco.
Nesta quarta-feira, a qualidade do ar piorou a ponto de atingir o nível "muito ruim para a saúde" em algumas zonas da Malásia.
A capital malaia, Kuala Lumpur, estava coberta por uma nuvem espessa de poluição. Quase 1.500 escolas permaneceram fechadas em todo o país em consequência da contaminação atmosférica, o que afetou mais de um milhão de alunos, informou o ministério da Educação.
Muitos malaios relatam problemas de saúde provocados pela poluição. Os hospitais atenderam muitos pacientes com alergia nos olhos.
As autoridades indonésias também anunciaram o cancelamento das aulas em centenas de escolas na província de Riau em Sumatra e em 1.300 estabelecimentos na província de Kalimantan, na ilha de Bornéu.
A falta de visibilidade provocou na terça-feira a suspensão de 40 voos nos três aeroportos de Bornéu.
- GP de F1 ameaçado -
A qualidade do ar também estava em um nível prejudicial para a saúde em Singapura.
A poluição preocupa os organizadores do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Singapura, que está programado para acontecer de sexta-feira a domingo no circuito de rua de Marina Bay.
Eles afirmaram que a possível presença no domingo, durante a corrida noturna, de uma "nuvem de fumaça" é uma das questões estudadas, mas não revelaram detalhes.
As autoridades de Singapura anunciaram que os espectadores poderiam comprar máscaras de proteção caso persistam as atuais condições.
Os incêndios provocaram tensão nas relações entre Indonésia e Malásia.
O ministro indonésio do Meio Ambiente afirmou em um primeiro momento que a nuvem de poluição havia sido provocada por incêndios na Malásia, apesar das imagens de satélite que mostravam centenas de focos de incêndio na Indonésia e apenas um no país vizinho.
As autoridades indonésias também afirmaram que dezenas de incêndios aconteceram em terrenos que pertencem a empresas malaias, o que acentuou a crise entre Jacarta e Kuala Lumpur.
O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, afirmou que o governo aprovará uma lei para punir as empresas que provocam incêndios no exterior.
Ao menos 1.000 incêndios, a maioria deles em Sumatra, permanecem ativos na Indonésia, informou nesta quarta-feira a agência meteorológica indonésia.
* AFP