O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou nesta terça-feira (20) que vai renunciar após o debate parlamentar que seguirá sua declaração perante o Senado, onde ele pronunciou um discurso muito duro contra o ministro do Interior, Matteo Salvini.
— Estou interrompendo essa experiência de governo. Pretendo concluir essa passagem institucional de maneira coerente. Irei ver o presidente da República para apresentar minha renúncia — disse Conte, ressaltando que antes ouvirá o debate previsto para durar mais de três horas.
Antes de anunciar sua renúncia, Conte fez um forte discurso contra Salvini, acusando-o de ter provocado uma crise de governo de forma "irresponsável" e assim pôr a economia do país em risco.
De acordo com o jornal O Globo, a coalizão de governo que começa a ser desfeito na Itália é formada pela Liga e pelo partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que venceram as eleições gerais em março do ano passado.
Na ocasião, o M5S recebeu 30% dos votos, enquanto a Liga de Salvini recebeu apenas 16%. Entretanto, a vitória da Liga nas eleições para o Parlamento Europeu, realizadas em maio, foi o suficiente para convencer Salvini de que ele seria vitorioso em caso de convocação de um novo pleito para o Parlamento italiano.
Seu projeto, caso vencesse novas eleições, era formar um governo exclusivo da extrema direita, ao lado da agremiação Irmãos da Itália.
A renúncia de Conte, porém, não significa que Salvini conseguirá dar continuidade aos seus planos, já que antes de convocar novas eleições, é necessário que o presidente Sergio Mattarella consulte os parlamentares sobre a possibilidade de formar uma nova coalizão.
O Partido Democrático , social-democrata, herdeiro do antigo Partido Comunista Italiano, está em negociações com o M5S para articular uma nova aliança governista desde a semana passada.