O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania, ex-PPS-RJ) apresentou, nesta sexta-feira (12), projeto de lei que restringe a quadros da carreira diplomática a possibilidade de assumir embaixadas. Na prática, se esse projeto for aprovado, o deputado federal e filho do presidente da República Eduardo Bolsonaro não poderia assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, como está sendo cogitado por Jair Bolsonaro.
"Em respeito, inclusive, às nossas mais consolidadas tradições diplomáticas e da alta especialização dos integrantes da carreira diplomática do Serviço Exterior Brasileiro, é imperativo que seja a legislação brasileira atualizada no sentido de corresponder, integralmente, a esses anseios e a esse arcabouço construído pelo Itamaraty", afirmou Marcelo Calero na justificativa do projeto. Ele foi ministro da Cultura no governo Temer, em 2016, e é diplomata de carreira.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (12) que não está preocupado com as críticas que vem recebendo sobre o assunto. Citou, entre o que considera atributos de Eduardo, que ele fala inglês fluentemente, que já visitou a Europa e que acabou de casar.
— Não estou preocupado com crítica — disse o presidente, afirmando que parte da imprensa "está dando uma lenhadinha na gente".
— Quando ele viaja para o mundo todo, fala inglês fluentemente, fala espanhol, já foi a vários países da Europa, conhece a família do Donald Trump, tem liberdade e amizade com seus filhos, não é um aventureiro. Acabou de casar, inclusive — argumentou Bolsonaro.
O presidente da República afirmou que irá esperar "o momento certo" para decidir se, de fato, indicará o filho. O presidente acrescentou que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apoia a possibilidade.
— Não porque é meu filho. É porque conhece o Eduardo — disse o chefe do Executivo.