Um dia após a prisão de um sargento da Aeronáutica com 39 quilos de cocaína em avião de apoio à comitiva presidencial, a Força Aérea Brasileira (FAB) se pronunciou sobre o caso em uma coletiva de imprensa. No entanto, se negou a esclarecer se o militar passou por revista antes de embarcar.
Escalado para responder aos questionamentos de jornalistas, o porta-voz da FAB, major Daniel Oliveira, disse que o sargento preso embarcou em um voo de apoio e não teria contato com o presidente Jair Bolsonaro. Na base aérea de Brasília, geralmente é aplicado “procedimento de segurança da FAB”, mas, segundo o porta-voz, não é possível confirmar se houve revista neste caso.
— Este caso está sendo apurado em um Inquérito Policial Militar, por isso está sob sigilo — afirmou Oliveira.
O inquérito militar tem prazo de até 60 dias para ser concluído. A FAB informou que não irá oferecer assistência jurídica ao sargento, que terá de providenciar sua defesa, tanto na Espanha como no Brasil.
Se condenado, além de preso, o militar poderá ser excluído do quadro das Forças Armadas. Ainda não foi definido se haverá pedido de extradição pelo governo brasileiro.
Ministro da Defesa pede punição rigorosa
Antes da coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, general Azevedo e Silva, fez um pronunciamento defendendo punição rigorosa.
— O militar será julgado sem condescendência pela Justiça da Espanha e pela brasileira, não vamos admitir criminosos entre nós. A confiança é própria da cultura militar — pontuou.
O ministro acrescentou que o caso é uma exceção dentro das práticas das Forças Armadas. A FAB informou que o sargento atuava como comissário de bordo da aeronave presidencial reserva desde maio de 2016.