CORREÇÃO: entre as 14h07min e as 17h33min desta quinta-feira (23), o título da reportagem mencionava cinco brasileiros mortos ao invés de seis. A informação já foi corrigida.
A última vez que Daniel de Souza esteve com o irmão, Fabiano de Souza, — uma das vítimas do acidente com seis mortos em Santiago, na quarta-feira (22) — foi quando a família embarcou rumo ao Chile para uma viagem em comemoração ao aniversário de 15 anos da filha mais velha do casal, Karoliny Nascimento de Souza. Desde então os dois se falavam diariamente por mensagem.
O último contato dos irmãos foi na terça-feira (21), quando Fabiano teria enviado fotos dos passeios. Na quarta, Daniel tentou contato com a família por volta do meio-dia, mas ninguém atendeu.
— Era na hora do almoço, tocava, tocava, mas ninguém atendia. Só fiquei sabendo da notícia por umas 17h, 18h. É algo que não se deseja nem para um inimigo. Uma tristeza muito grande, perder a família toda assim não é fácil — detalha Daniel.
Em entrevista para a NSC TV na manhã desta quinta-feira (23), Daniel lamentou a tragédia e disse que, mesmo que nada traga os entes queridos de volta, espera que as autoridades esclareçam o incidente.
— Tem que descobrir o que aconteceu realmente. Num áudio eles falam que parece que tinham tomado alguma coisa, é muito triste. Vi uma foto dele espumando pela boca, é muito triste — lamenta.
Entenda o caso
Seis brasileiros mortos na tarde de quarta-feira em um apartamento em Santiago, no Chile. Entre as vítimas, estão cinco catarinenses: um casal de Biguaçu, na Grande Florianópolis, os dois filhos, identificados como Fabiano de Souza, 41 anos, Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos, Karoliny Nascimento de Souza, que completaria 15 anos nesta semana, e Felipe Nascimento de Souza, 13.
Outro casal Jonathas Nascimento Kruger, 30 anos, que também é catarinense e é irmão de Débora, e a esposa dele, Adriane Krueger, que é de Goiânia, também morreram. O casal morava na cidade de Hortolândia, em São Paulo.
O grupo teria alugado um apartamento na capital chilena por meio de um aplicativo de celular. A família estava prestes a voltar para Santa Catarina, já que a mãe dos irmãos Jonathas e Débora faleceu em Florianópolis na madrugada de quarta-feira (22).
Por meio de mensagens, Débora teria relatado à prima que estava se sentindo mal, e que as outras pessoas no apartamento também apresentavam sintomas estranhos. Ela acreditava que eles pudessem ter sido envenenados. A suspeita é que eles tenham sido vítimas de um vazamento de gás.
Uma campanha para arrecadação de recursos foi criada pela família. Segundo familiares, até o início da madrugada desta quinta-feira ainda não havia informação sobre a liberação dos corpos. A polícia chilena estaria aguardando o resultado de perícia.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que acompanha o caso por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santiago e mantém contato com os familiares, “prestando-lhes a assistência consular cabível, bem como com as autoridades locais que investigam as circunstâncias do ocorrido”.