A empresa Airbnb confirmou que o apartamento onde estava hospedada a família de brasileiros encontrada morta em Santiago, no Chile, na quarta-feira (22), foi alugado por meio da plataforma de hospedagem. A companhia informou, por meio de nota, que está em contato com familiares das vítimas para "prestar todo apoio necessário". As vítimas são um casal de Biguaçu, na Grande Florianópolis (SC), os dois filhos, além de outro casal formado por um catarinense e uma mulher de Goiânia. Eles teriam sido vítimas de um vazamento de gás no imóvel.
"Estamos profundamente consternados com este trágico incidente. Nós nos solidarizamos com os familiares e estamos em contato para prestar todo apoio necessário aos familiares neste momento difícil. A segurança de nossa comunidade de viajantes e anfitriões é a nossa total prioridade", diz o comunicado.
A Airbnb informou que os anfitriões precisam estar adequados às normas de segurança ao promover o aluguel de imóveis no aplicativo. A companhia destaca que disponibiliza uma cartilha onde esclarece questões de segurança a hóspedes e aos donos dos imóveis. O site da empresa diz que o anfitrião que tiver um anúncio ativo pode receber gratuitamente um detector de fumaça e monóxido de carbono autônomo. O aparelho funciona com o uso de bateria.
"Cada anfitrião tem direito a apenas um detector", informa o portal da empresa, destacando que os interessados devem verificar os termos e condições para verificar a elegibilidade.
O informativo destaca que os interessados em receber o produto no Brasil e em regiões Ásia-Pacífico podem sofrer atrasos na entrega do detector em razão da alta demanda.
"Apesar de incentivarmos os anfitriões a instalarem detectores de fumaça e monóxido de carbono em seu espaço, neste momento, não precisamos da confirmação de que eles foram instalados. Certifique-se de verificar seus regulamentos locais, que podem exigir que você tenha mais de um detector de fumaça e monóxido de carbono instalado em sua acomodação. Por exemplo, algumas cidades exigem um detector em cada quarto", diz um artigo no site na empresa.
A Airbnb informou que ofereceu o pagamento do traslado dos corpos e está em contato com familiares das vítimas para tratar do assunto.
Viagem para comemorar aniversário da filha
As vítimas foram identificadas como sendo o casal Fabiano de Souza, 41 anos, e Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos, e os filhos Caroline Nascimento de Souza, que completaria 15 anos nesta semana, e Felipe Nascimento de Souza, 13 anos — moradores de Biguaçu. Além deles, também morreram Jonathas Nascimento Kruger, 30 anos, que é catarinense e irmão de Débora, e a esposa dele, Adriane Krueger, que é de Goiânia. O casal morava na cidade de Hortolândia, em São Paulo.
A família viajou a Santiago para comemorar os 15 anos de Caroline. Eles teriam alugado um apartamento na capital chilena por meio do Airbnb e, segundo a prima do casal, estavam prestes a voltar a Santa Catarina, pois a mãe dos irmãos Jhonatas e Débora faleceu em Florianópolis na madrugada de quarta.
De acordo com o Itamaraty, um diplomata do Consulado do Brasil em Santiago encontrou os corpos após receber um alerta de familiares das vítimas.
O Corpo de Bombeiros procedeu à evacuação imediata do edifício. Depois, foram feitas medições no apartamento e descobriram altas concentrações de monóxido de carbono — gás que não tem cheiro e cuja inalação provoca a morte. As janelas do imóvel estavam fechadas.
Segundo o portal NSC Total, familiares das vítimas estão tentando o traslado dos corpos, mas sofrem com a falta de informações. Uma campanha para arrecadação de recursos foi criada pela família por auxiliar no transporte. Até o início da madrugada desta quinta-feira (23), ainda não havia informação sobre a liberação dos corpos. A polícia chilena estaria aguardando o resultado de perícia.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que acompanha o caso por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santiago e mantém contato com os familiares, “prestando-lhes a assistência consular cabível, bem como com as autoridades locais que investigam as circunstâncias do ocorrido”.