Os Estados Unidos impuseram sanções a duas companhias de navegação por transportar petróleo venezuelano a Cuba. Além disso, ameaçaram com novas medidas punitivas no setor da defesa e da segurança da Venezuela, no que chamaram de uma "resposta direta" às ações de Caracas contra legisladores opositores.
As novas sanções e advertências são "uma resposta direta à prisão ilegal de membros da Assembleia Nacional pelo (serviço de inteligência) Sebin" da Venezuela, de acordo com comunicado emitido pelo Departamento do Tesouro americano. Entre os detidos está Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional.
A represália do governo venezuelano contra o Legislativo, controlado pela oposição, ocorre após a fracassada rebelião militar contra o presidente Nicolás Maduro em 30 de abril. O vice-presidente do Parlamento e três deputados estão refugiados em sedes diplomáticas.
Washington, que apoia os esforços do líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, de tirar Maduro do poder, intensificou nos últimos meses sua bateria de sanções econômicas contra Caracas, afetando também Havana, seu principal aliado.
Com a decisão de sexta-feira, duas companhias de navegação, a Monsoon Navigation Corporation, sediada nas Ilhas Marshall, e a Serenity Maritime Limited, sediada na Libéria, foram adicionadas à lista suja do Tesouro americano, que bloqueia qualquer ativo sob jurisdição dos EUA e impede a realização de negócios com pessoas e entidades nesse país.
Os respectivos navios dessas companhias de navegação, Ocean Elegance e Leon Dias, também foram sancionados, acusados de transportar petróleo "da Venezuela para Cuba do final de 2018 até março de 2019".
— Os Estados Unidos tomarão novas medidas se Cuba continuar recebendo petróleo venezuelano em troca de apoio militar — disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.