A polícia da Irlanda do Norte anunciou neste sábado (20) que prendeu dois homens suspeitos de terem participado do assassinato da jornalista Lyra McKee, morta na quinta (18) durante um tumulto em Londonderry. As autoridades, que classificaram o caso como um "incidente terrorista", afirmaram que os dois detidos tem 18 e 19 anos e que eles foram enquadrados na lei antiterrorismo, mas não deram mais detalhes.
McKee, 29, foi morta a tiros enquanto acompanhava um protesto feito por grupos a favor da independência da Irlanda do Norte do Reino Unido. O ato terminou em violência, com carros queimados e mais de 50 bombas caseiras jogadas contra os policiais. Imagens de câmeras mostram um homem mascarado disparando na direção das viaturas da polícia, próximo de onde a jornalista estava. Ela chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu.
A suspeita é que o ataque tenha sido realizado pelo New IRA (Novo Exército Republicano Irlandês), uma dissidência do antigo IRA, grupo paramilitar que durante anos liderou as ações a favor da independência. Em 1998, o grupo apoiou o acordo de paz que pôs fim a violência na região e em 2005 anunciou que iria entregar suas armas em definitivo. Dissidentes que não aceitam o acordo, porém, fundaram em 2012 o New IRA.
A morte de McKee aumentou o temor de uma retomada da violência na região após 21 anos de paz. A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que a morte dela é chocante, enquanto o premiê irlandês, Leo Varadkar, declarou que "não podemos deixar os propagadores da violência, do medo e do ódio nos levarem para o passado."