O governo do Peru proibiu, a partir desta segunda-feira (29), a circulação de patinetes elétricas nas calçadas, após uma mulher ser ferida em Lima por um desses veículos, que têm se expandido como alternativa de transporte nas cidades. Os equipamentos surgiram na paisagem urbana peruana neste ano, quando entraram no mercado, levados pelas empresas Movo e Grin. Esta última marca, inclusive, é uma das que oferecem o aparelho em Porto Alegre, por meio de aluguel via aplicativo. A outra que funciona na Capital é a Yellow. Apesar de nomes distintos, elas pertencem ao mesmo grupo empresarial.
A proibição no Peru faz parte de uma legislação de alcance nacional, publicada neste fim de semana no diário oficial, que regulamenta o uso dos modernos "veículos de mobilidade pessoal", que causaram furor entre muitos usuários. A normativa do Ministério dos Transportes estabelece que as patinetes só podem circular "por ciclovias ou na faixa direita das ruas". As autoridades também estabeleceram o limite de velocidade de 20km/h - enquanto as "scooters" alcançam um máximo de 25km/h.
As patinetes elétricas foram bem recebidas em Lima, onde o transporte público urbano é caótico. Os veículos facilitaram viagens de curta distância, mas não trouxeram apenas benefícios. Em 22 de abril, um jovem de 21 anos atropelou uma mulher de 63 na calçada, causando nela fraturas nos braços, além de traumas na cabeça.
Recentemente, GaúchaZH publicou reportagem abordando a questão da segurança das patinetes elétricas. Os aparelhos são oferecidos na Capital desde o início de 2019 apenas para maiores de 18 anos. Só a Grin instalou, inicialmente, 200 veículos em 60 estações, distribuídas nos bairros Moinhos de Vento, Independência, Bom Fim e Rio Branco.
Procuradas naquele momento, as empresas Yellow e Grin disseram que "a operação de compartilhamento de patinetes elétricas (...) está regulamentada pela Resolução 465/13 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que determina velocidade máxima de 20km/h em ciclovias e ciclofaixas e velocidade de até 6km/h em calçadas. Essa informação está descrita no nosso termo de uso" que "todos os usuários precisam aceitar (...) antes de alugar um equipamento (...)".
Em caso de acidente, as empresas garantem que prestam "todo o apoio necessário à vítima", e que acionam o seguro, quando necessário. Elas não fornecem informações sobre números de ocorrências registradas, circunstâncias, ou se o seguro já precisou ser usado. Ambas dizem ainda que as patinetes usadas possuem "buzina, farol noturno, luz indicadora de freio, indicador de velocidade e bateria, freio motor e mecânico".
MANUAL DE SEGURANÇA DAS PATINETES ELÉTRICAS
Além de respeitar os limites de velocidade e de ser maior de 18 anos para locar ou pilotar os equipamentos, há outras recomendações de uso das patinetes. Confira:
- O capacete é responsabilidade do usuário. Use-o sempre bem preso à cabeça e ajustado adequadamente
- Dê sempre preferência ao pedestre, que é o mais vulnerável em caso de colisão
- Nunca trafegue com mais de uma pessoa em cima da patinete
- Jamais use celular ou fone de ouvido enquanto conduz a patinete
- Respeite sempre as sinalizações de trânsito
- Jamais conduza o patinete se houver ingerido álcool
- Segure sempre o guidão com as duas mãos
Fonte: Grin e Yellow