Após um fim de semana violento na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Pacaraima (RR), autoridades brasileiras realizam uma operação nesta segunda-feira (25) para evitar novos confrontos entre populares e o Exército de Nicolás Maduro. Militares, agentes da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) se revezam em uma barreira montada próxima ao local. O objetivo é evitar aglomerações de grupos que possam provocar novos embates.
— A passagem não está proibida. Estamos aqui apenas para evitar aglomerações e novos conflitos — disse um dos agentes da PRF envolvidos na ação.
A barreira foi montada no domingo (24), depois que tanques venezuelanos avançaram até o limite da fronteira, jogando gás lacrimogênio contra venezuelanos que protestavam contra o regime de Maduro. O tumulto, que já havia ocorrido um dia antes, começou quando jovens mascarados arremessaram coquetéis molotov e pedras contra os militares venezuelanos.
No lado brasileiro, não houve feridos graves nos enfrentamentos. Já na região de Gran Sabana – formada pela cidade de Santa Elena de Uairén e comunidades indígenas –, os confrontos dos últimos dias deixaram ao menos 25 mortos e 84 feridos, segundo o prefeito, Emílio Gonzáles.
O prefeito atravessou a fronteira a pé, por rotas alternativas, no fim de semana. Opositor de Maduro, ele denunciou que os corpos das vítimas de conflitos com o Exército e com grupos paramilitares estão sendo "escondidos" em bases militares. Por isso, destaca que os números de mortos e feridos ainda são imprecisos.