Em artigo publicado nesta segunda-feira (7) pela Bloomberg, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, mencionou a China como país que "defende, sem pedir desculpas, seu interesse nacional e sua identidade, suas ideias específicas sobre o mundo".
No texto, o chanceler afirma que a política externa do Brasil está em processo de mudança, de um perfil que chamou de inerte e que recitava "a cartilha das Nações Unidas" durante governos petistas, para uma postura em que o País passa a falar "com a própria voz". Para Araújo, a China é exemplo de nação que não renuncia a uma posição altiva no cenário internacional, o que faz com que seja respeitada e faça bons negócios.
"Por que outros países devem ser obrigados a esposar certas ideias antes de serem considerados bons parceiros comerciais?", escreveu.
A China havia sido criticada durante a campanha eleitoral pelo presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de predador com interesse em "comprar o Brasil", em referência à aquisição de terras brasileiras por chineses. Araújo também já havia se mostrado crítico ao país asiático em textos publicados em seu blog pessoal. A China é governada pelo Partido Comunista local desde 1949, embora tenha realizado diversas reformas que orientaram o país rumo à economia de mercado desde o mandato de Deng Xiaoping como presidente do Comitê Central do partido (entre 1978 e 1990).
Na última quinta-feira (3) o presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma carta ao presidente Bolsonaro na qual deu os parabéns pela posse e se mostrou disposto a aprofundar relações bilaterais de longo prazo entre os dois países.