Uma semana depois de ter denunciado um suposto plano para derrubá-lo e assassiná-lo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez novas declarações contra os Estados Unidos e os vizinhos Brasil e Colômbia. Alegando intenção de proteger o território venezuelano, Maduro disse que a milícia do país agora tem 1,6 milhão de integrantes e que vai "armá-los até os dentes" contra invasores estrangeiros.
Em discurso feito a membros da Milícia Nacional Bolivariana — uma força de reserva composta por voluntários civis, que foi fundada por Hugo Chávez —, na noite de segunda-feira (17), Maduro disse ainda que, no caso de uma invasão do inimigo "imperialista", as tropas agressoras "não sairiam vivas" da Venezuela.
— Vamos defender nossa pátria dos imperialistas, oligarcas e traidores que venham de Bogotá ou de Brasília — afirmou Maduro.
As declarações, transmitidas na televisão estatal e confirmadas pelo site do governo, também tiveram como alvo o presidente da Colômbia, Iván Duque, e os Estados Unidos. Na semana passada, Maduro tinha acusado Washington de planejar uma invasão da Venezuela com apoio dos governos brasileiro e colombiano.
— Chegou a nós uma boa informação. (...) John Bolton (assessor de segurança nacional americano), desesperado, designando missões para provocações militares na fronteira — havia dito o presidente venezuelano, destacando que instruções neste sentido foram transmitidas ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro.
Segundo Caracas, o complô incluiria o treinamento de tropas nos Estados Unidos para tomar bases militares na Venezuela, e de mercenários na Colômbia para simular ataques de tropas venezuelanas aos países vizinhos.