Três palestinos foram mortos nesta segunda-feira (12) e outros três ficaram feridos por ataques israelenses no norte da Faixa de Gaza, informou o porta-voz do Ministério da Saúde do território palestino. A Força Aérea israelense também destruiu o prédio da emissora de TV Al-Aqsa, do Hamas, movimento islâmico palestino que controla o território. No domingo (11), outros sete palestinos foram mortos, totalizando dez vítimas.
Nesta segunda-feira, o Hamas disparou dezenas de foguetes em direção a Israel, que respondeu imediatamente com bombardeios. O exército israelense informou que um ônibus foi atingido por um tiro que veio da Faixa de Gaza. As autoridades de Israel não revelaram se houve vítimas.
Confrontos no domingo
No domingo (11) uma operação militar culminou com a morte de um soldado israelense e sete palestinos na Faixa de Gaza. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), a vítima foi um tenente-coronel, cujo nome não foi identificado.
Na ação, as forças especiais israelenses tentaram entrar em Gaza a partir do leste da cidade de Khan Yunis, em um veículo civil. Khan Yunis é a segunda maior cidade do território, com 114 mil habitantes. A operação deveria ser secreta, mas os militares foram abordados pelas brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas. O confronto culminou com um tiroteio. Seis palestinos morreram na hora, e um no hospital, enquanto um israelense também morreu no local. Entre os mortos está um comandante local das brigadas Ezzedin al-Qassam, identificado como Nur Baraka.
Depois do ataque, Israel identificou 17 disparos de foguetes, a partir da Faixa de Gaza, contra Israel. Três foram interceptados pela defesa antimísseis. Nesta segunda-feira, Israel reagiu com bombardeios, que mataram mais três pessoas e destruíram o prédio da TV Al-Aqsa.
Premiê de Israel volta ao país
Com os confrontos, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu decidiu encurtar sua visita a Paris — onde participava das cerimônias do centenário do fim da 1ª Guerra Mundial — e retornar ao país.
— Não vou retroceder ante uma guerra necessária, mas quero evitá-la se não for indispensável — disse Netanyahu no sábado.
A troca de tiros aconteceu em um momento de aparente estabilidade da situação em Gaza, depois de meses de confrontos mortais entre palestinos e soldados israelenses perto da barreira de segurança que separa o território palestino de Israel.
As autoridades do Estado hebreu haviam autorizado o Catar a enviar US$ 15 milhões para pagar os salários dos funcionários da Faixa de Gaza.
Mais de 200 mortos desde março
Ao menos 227 palestinos morreram desde 30 de março na Faixa de Gaza. As mortes aconteceram principalmente durante as manifestações contra o bloqueio do território por Israel, mas também em ataques israelenses em resposta aos lançamentos de foguetes.
Dois soldados israelenses morreram no mesmo período, incluindo a vítima de domingo.
A violência provoca o temor de uma nova guerra em Gaza, que seria a quarta desde 2008. No território, 2 milhões de pessoas vivem entre os bloqueios de Israel e do Egito, sob péssimas condições humanitárias.