A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, nesta quarta-feira (13), por ampla maioria, uma resolução que condena Israel pela escalada da violência mortal em Gaza, e rejeitou um texto apresentado pelos Estados Unidos que responsabilizava o movimento Hamas pelos atos violentos.
Impulsionado por Argélia e Turquia, o documento foi aprovado por 120 dos 193 países da organização, com oito votos contra e 45 abstenções. Uma proposta americana de apresentar uma emenda para condenar o Hamas não conseguiu a maioria de dois terços necessária para sua aprovação.
Ao menos 129 palestinos morreram por disparos de soldados israelenses em protestos perto da fronteira com Gaza que começaram no final de março. Nenhum israelense morreu nos confrontos.
Uma emenda apresentada pelos Estados Unidos para condenar o Hamas por "incitar a violência" em Gaza não obteve a maioria de dois terços necessária para sua aprovação.
A resolução denunciou Israel pelo uso "excessivo, desproporcional e indiscriminado da força" contra civis palestinos, e pediu medidas de proteção para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Os países árabes pediram uma decisão para a Assembleia Geral depois que os Estados Unidos usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança para bloquear a resolução, no dia 1º de junho.
As resoluções adotadas na Assembleia não são vinculantes, diferente do Conselho de Segurança. O secretário-geral da ONU, António Guterres, deve redigir propostas para um "mecanismo de proteção internacional" para os palestinos, que pode incluir de uma missão de observação até uma força de manutenção da paz. Qualquer mecanismo, porém, requer a aprovação do Conselho de Segurança, onde os EUA têm poder de veto.
— Queremos que nossa população civil fique protegida — disse o embaixador palestino Riyad Mansur, pedindo que os diplomatas não se "deixem enganar" com a proposta americana culpando o Hamas.
O embaixador israelense, Danny Danon, criticou a medida e a classificou como uma "tentativa de tirar o direito básico à defesa própria". Além disso, o embaixador advertiu seus colegas que, ao apoiarem a resolução, estão "empoderando o Hamas".