O ginecologista congolês Denis Mukwege e a ex-escrava sexual curda Nadia Murad são os vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2018 por seus "esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra".
O anúncio dos vencedores foi feito na manhã desta sexta-feira (5), em Oslo, na Noruega.
Médico e vítima, respectivamente, Mukwege e Nadia encarnam uma causa planetária que supera o âmbito dos conflitos, como evidencia o movimento #MeToo, iniciado há exatamente um ano por revelações da imprensa sobre casos de abuso sexual.
"Cada um deles, à sua maneira, ajudou a dar maior visibilidade à violência sexual em tempo de guerra, de modo que os perpetradores possam ser responsabilizados por suas ações", diz o texto oficial da Academia do Prêmio Nobel, na Suécia.
Mukwege atua nos cuidados e na defesa das vítimas de violência e abuso sexual. Já Nadia Murad, da minoria yazidi perseguida em vários países, é considerada testemunha dos abusos e foi escrava sexual no Iraque.
A ONU celebrou o "anúncio fantástico, que ajudará a fazer avançar o combate contra a violência sexual como arma de guerra nos conflitos".
— É uma causa muito importante para as Nações Unidas — afirmou a porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci.
No ano passado, o prêmio foi atribuído à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN) por sua contribuição à aprovação de um tratado histórico de proibição de armas atômicas.
Após o prêmio da Paz, o único que é entregue em Oslo, a categoria de Economia encerrará na próxima segunda-feira (8) a temporada do Nobel em 2018. Os vencedores receberão seus prêmios em Oslo e Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do idealizador da premiação, Alfred Nobel (1833-1896).