A Arábia Saudita admitiu neste sábado (20) que o jornalista saudita Jamal Khashoggi morreu dentro de seu consulado em Istambul, mais de duas semanas após o desaparecimento do profissional provocar uma das piores crises internacionais envolvendo o reino.
Na Turquia, os investigadores prosseguiam com os trabalhos em uma grande floresta próxima a Istambul. Ancara prometeu revelar tudo sobre o caso.
A ONU e diversas ONGs pediram uma investigação independente, enquanto o governo da Alemanha considerou "insuficientes" as explicações de Riad sobre as circunstâncias da morte do jornalista e a Grã-Bretanha pediu que os responsáveis sejam julgados por seus atos.
A agência oficial SPA confirmou a morte da jornalista, ao citar a Procuradoria, que mencionou uma "briga" no consulado saudita de Istambul. Também informou a destituição de dois altos funcionários sauditas, assim como a detenção de 18 suspeitos.
O procurador-geral saudita, Sheikh al-Mojeb, publicou um comunicado sobre o caso: "As discussões entre ele e as pessoas que o receberam no consulado saudita em Istambul degeneraram para uma briga corporal com o cidadão Jamal Kashoogi, o que provocou sua morte. Que sua alma descanse em paz".
Al-Mojeb não revelou onde está o corpo de Khashoggi, enquanto os investigadores turcos prosseguem com seus trabalhos.
Ali Shihabi, diretor de um organismo considerado próximo à monarquia saudita, divulgou outra versão. "Khashoggi morreu estrangulado durante uma briga, não como resultado de uma luta com socos", declarou, com base nos depoimentos de uma fonte saudita de alta patente.
Mais tarde, o departamento internacional do ministério da Informação publicou uma declaração em inglês atribuída a uma "fonte oficial" na qual afirma que a discussão dentro do consulado resultou em uma briga que provocou a morte de Khashoggi e aconteceu "uma tentativa" por parte das pessoas que o interrogaram de ocultar o que aconteceu".