A inflação na Venezuela quebrou a barreira de 200% em agosto e, no acumulado de 12 meses, superou os 200.000%. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (5) pelo Parlamento, composto por maioria opositora.
No Twitter, o deputado José Guerra, integrante da Comissão de Finanças do Legislativo e ex- diretor do Banco Central, comentou os resultados:
"Explodiu a inflação em agosto: 223,1% a taxa mensal e 200.005% a taxa anualizada (de agosto de 2017 a agosto de 2018)".
De acordo com o relatório, os preços se elevaram a 34.680,7% desde 1º de janeiro, em uma espiral que, segundo o FMI, levará a hiperinflação a 1.000.000% em 2018. Em maio, segundo o Parlamento, a inflação tinha superado pela primeira vez os 100% em um mês.
O presidente Nicolás Maduro lançou um programa de reformas em agosto em resposta à crise aguda, que inclui um aumento de salário de 3.400%, uma desvalorização de 96% do bolívar - a moeda local - e aumentos nos preços da gasolina e impostos.
Também colocou em circulação novas notas que subtraíram cinco zeros do bolívar, devorados pela inflação, que aumentou 4% ao dia durante o mês de agosto, segundo o Parlamento.
Assim, o aumento do custo de vida em um único dia na Venezuela supera o registrado na vizinha Colômbia nos últimos doze meses (3,12%).
O Banco Central parou de publicar os índices macroeconômicos em fevereiro de 2016, e o Parlamento, cujas decisões são desconhecidas pelo governo, começou a fazer a estimativa sozinho em 2017.