Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (19) a saída do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A embaixadora dos EUA na entidade, Nikki Haley, responsável pelo anúncio oficial, chamou a organização internacional de "latrina de parcialidade política".
— Damos este passo porque nosso comprometimento não nos permite continuar fazendo parte de uma organização hipócrita, autocentrada, que faz gozação dos direitos humanos — afirmou.
Haley já havia sinalizado a medida no ano passado, quando acusou o conselho de ser preconceituoso em relação a Israel.
Em 14 de maio, em cerimônia polêmica, o país norte-americano inaugurou oficialmente sua embaixada em Jerusalém, aumentando as tensões entre palestinos e israelenses. O ato dos EUA foi condenado pela ONU.
A decisão norte-americana também ocorre em meio às críticas às políticas do governo Trump de separar crianças migrantes de seus pais na fronteira dos Estados Unidos com o México. Neste domingo, repórteres e deputados democratas visitaram locais de triagem dos imigrantes, nos quais crianças são separadas dos seus pais e avós e colocadas em celas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi formado em 2006. Desde sua implementação, o colegiado sofre críticas por abrigar países com atuação questionável na área.
Autoridades da ONU não comentaram o posicionamento dos EUA em relação ao comunicado. O porta-voz da entidade, Stephane Dujarric, disse que a organização iria esperar a decisão antes de falar sobre o caso.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão dizendo que "teria preferido muito" que os Estados Unidos permanecessem no Conselho.
— A arquitetura de direitos humanos da ONU tem um papel muito importante na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo.