A brasileira Maria Bastos e o neto Mateus, 16 anos, estão entre os imigrantes separados pelo governo norte-americano depois de pedirem asilo nos Estados Unidos. Os familiares chegaram ao Estado do Novo México em agosto de 2017 e, desde então, nunca mais se viram.
Revelado nesta terça-feira (19) pelo jornal O Globo, o caso tem um agravante. Devido a uma grave deficiência neurológica, a mentalidade de Mateus é a de uma criança na primeira infância.
Há 10 meses, Maria e Mateus entraram legalmente no país e seguiram o procolo para pedido de asilo. Porém, foram levados para Estados diferentes — a avó está presa em um presídio federal no Texas e o neto está recebendo cuidados médicos especiais no Estado de Connecticut. De acordo com O Globo, as instituições encarregadas de seus cuidados já alertaram sobre a importância da reunificá-los.
A família está entre os afetados pelo controle migratório do governo Donald Trump. Segundo a mais recente política de tolerância zero, 2 mil crianças e adolescentes foram separados de seus pais em seis semanas. Para a Anistia Internacional, trata-se de "tortura".
Ao jornal, o advogado da família, Eduardo Beckett, disse que Maria sofria perseguição de um policial em sua cidade no centro-oeste brasileiro. Com medo, decidiu deixar o país e buscar asilo. Matheus sofre de severa epilepsia, severo autismo e danos neurológicos de longo prazo, necessitando de cuidados para todas as atividades.
Na última sexta-feira (15), a Casa Branca divulgou que 1.995 crianças e adolescentes foram separados de 1.940 adultos na fronteira entre os Estados Unidos e o México entre 19 de abril e 31 de maio. A mudança veio com a nova política de processar criminalmente os detidos tentando entrar ilegalmente no país. Enquanto pais são levados para prisões federais, filhos ficam nos centros para imigrantes.