A Espanha se prepara para receber os mais de 600 migrantes que estavam a bordo do navio Aquarius – embarcação que foi barrada pela Itália e por Malta e que está à deriva no Mediterrâneo desde domingo (10). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) pelo governo de Pedro Sánchez, afirmando que a decisão pretende evitar uma "catástrofe humanitária".
A Cruz Vermelha espanhola informou, em comunicado, que "mobilizará nas próximas horas, em Valência", suas equipes de emergência, integradas por mais de 70 pessoas, que "oferecerão atendimento de saúde, psicossocial e insumos básicos" aos 629 migrantes.
Devido ao mau tempo no Mediterrâneo, a embarcação deve chegar no domingo a Valência. Nesta quinta, o Aquarius – que leva pouco mais de 100 refugiados – e os dois navios italianos que o acompanham, transportando os outros migrantes, tiveram que mudar de rota por conta das condições do mar.
Crise diplomática
O caso do Aquarius provocou uma crise diplomática entre Itália – transbordada pela chegada contínua de migrantes – e França, que criticou o governo de Roma por não abrir seus portos ao navio. Nesta quinta, o presidente francês, Emmanuel Macron, tentava apaziguar as tensões com o governo italiano, afirmando que nunca teve a intenção de ofender Roma.
Atualmente, a Espanha é a terceira via marítima de entrada de migrantes em situação irregular na União Europeia, ficando atrás de Itália e Grécia.
Ao longo de 2018, mais de 9.300 migrantes em situação irregular chegaram à costa da do apís, mais que o dobro do que no mesmo período de 2017, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Até 10 de junho, 244 pessoas morreram nesta tentativa, frente a 61 no ano passado nas mesmas datas.