Após o escândalo envolvendo Cambridge Analytica, empresa de análise de dados que explorou indevidamente as informações pessoais de 87 milhões de membros do Facebook em campanhas políticas como a de Donald Trump, o movimento de boicote à rede de Mark Zuckerberg está crescendo.
Famosos da indústria da tecnologia e celebridades estão aderindo à campanha #DeleteFacebook, que incentiva os usuários do Facebook a deletarem suas contas na rede.
A lista de usuários que apagaram seus perfis conta como o ator Jim Carrey, a cantora Cher, o co-fundador da Apple, Steve Wozniak. Todos eles usaram outras redes para promover o boicote ao Facebook.
O primeiro deles foi o ator Jim Carrey, que saiu da rede ainda em fevereiro. Ele justificou a ação em função do seu descontentamento com as práticas da rede social que permitiram a interferência russa na eleição presidencial americana de 2016. O ator também vendeu as ações que tinha da companhia.
Em 20 de março, a contora Cher também comunicou aos seus fãs que deixaria a rede social. No Twitter, ela disse que acredita que existam "coisas mais importantes do que dinheiro"
O co-fundador da Apple, Steve Wozniak também declarou que vai deletar a sua conta no Facebook. Em entrevista ao jornal USA Today, Wozniak disse que a ação é um relexo do descuido do Facebook com os seus usuários. De acordo com o acionista da Apple, ele preferiria pagar para acessar o Facebook em vez de ter seus dados pessoais usados para fins publicitários.
— A Apple ganha dinheiro em cima de bons produtos, não em cima de você. Como dizem no caso do Facebook, é você que é o produto — acrescentou Wozniak, que deixou a Apple em 1985 e mantém hoje apenas uma pequena participação acionária na fabricante do iPhone.
O co-fundador do WhatsApp, Brian Acton também utilizou o Twitter para anunciar o seu deligamento da rede social de Mark Zuckerberg. Segundo ele, "está na hora".
Nesta terça- feira (10), Zuckerberg participará de uma audiência sobre o caso no Congresso dos Estados Unidos. De acordo com o discurso, divulgado nesta segunda-feira (9), o CEO da empresa assumirá a responsabilidade pelos fatos.
"Não fizemos o suficiente para evitar que estas ferramentas fossem usadas de maneira maliciosa (...) Não tivemos uma visão suficientemente ampla de nossas responsabilidades e isso foi um grande erro. Foi erro meu e eu sinto muito", dirá Zuckerberg.