A prefeita de Barcelona, Ada Colau, pediu ao presidente catalão, nesta segunda-feira (9), que renuncie a declarar a independência unilateralmente porque "a coesão social" pode estar em risco.
— Os resultados do 1º de outubro não podem ser um aval para proclamar a independência — disse Colau, prefeita da capital catalã de 1,6 milhão de habitantes e firme defensora de um referendo legal.
Na véspera da sessão no Parlamento regional que pode desencadear nadeclaração de independência, Colau pediu também ao chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, que descarte suspender as instituições de governo catalãs e retire os reforços policiais enviados à região.
— O que precisamos agora são gestos de distensão de ambas as partes. Não precisamos de uma escalada que não beneficia ninguém. É hora de construir pontes, não de dinamitá-las — afirmou.
A região de 7,5 milhões de habitantes segura o fôlego na expectativa do comparecimento de Puigdemont ao Parlamento, pressionado tanto por seus aliados separatistas para declarar a secessão quanto pelo restante das forças políticas e pelo poder econômico para que abra mão da decisão.
Nesta segunda-feira, o grupo gestor de rodovias Abertis, a filial de telecomunicações Cellnex e a imobiliária Colonial anunciaram a transferência de suas sedes de Barcelona para Madri, diante da possibilidade de declaração de independência unilateral da região.
Estas instituições seguiram o exemplo, na semana passada, de bancos como o CaixaBank e Sabadell, e de grandes empresas, como a Gas Natural, que também anunciaram a transferência de suas sedes para fora da Catalunha.
Depois do referendo de autodeterminação de 1º de outubro, proibido pela Justiça e vencido, segundo o governo regional, pelos separatistas com 90% dos votos e uma participação de 43% da população, Puigdemont se comprometeu a declarar uma república independente. Contudo, até em seu próprio partido, há pedidos para que ele não tome decisões irreversíveis que dificultem uma solução dialogada.