O primeiro-ministro socialista, Edi Rama, se encaminhava nesta segunda-feira para um segundo mandato após as eleições legislativas celebradas no domingo na Albânia, com o qual seria o encarregado de iniciar as negociações de adesão à União Europeia.
Segundo resultados preliminares com 80% das sessões eleitorais apuradas, o Partido Socialista (PS) obteria 49% dos votos, diante dos menos de 30% de seu principal rival, o Partido Democrático (direita). O Movimento Socialista de Integração (LSI) alcançaria 15% dos votos.
Rama, de 52 anos, no poder desde 2013, poderia não precisar do LSI caso o PS obtivesse a maioria absoluta na Câmara, ou seja, 71 deputados de 140.
De sua base em Tirana, Edi Rama se mantém prudente. Mas os meios locais já saudavam nesta segunda-feira "a vitória dos socialistas" e anunciavam "um segundo mandato para Rama com uma maioria esmagadora".
Um dos aliados políticos de Rama, o prefeito de Tirana, Ericon Veliaj, saudou no Twitter "uma vitória da política do progresso, das reformas, das aspirações europeias".
- Condições de Bruxelas -
Segundo o analista independente Alexander Cipa, "o primeiro-ministro Rama convenceu os albaneses de que para aplicar a reforma da Justiça e instalar um Estado de direito era necessário um segundo mandato".
Estas são as condições de Bruxelas para iniciar as negociações de adesão com Tirana. A Albânia é oficialmente candidata à UE desde 2014.
O analista Cipa considera que Rama se beneficiou também do "importante fracasso da oposição de direita, inclusive em seus redutos tradicionais", explicados em parte pela "fraqueza de seu novo líder", Lulzim Basha, de 43 anos. Este jurista não conseguiu preencher o vazio deixado pela figura tutelar da direita albanesa, Sali Berisha, de 72 anos.
As eleições "foram realizadas de forma tranquila e ordenada", declarou a Comissão Europeia em um comunicado.
Os observadores internacionais da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) consideraram que "as liberdades fundamentais foram respeitadas" e que "os candidatos puderam fazer campanha livremente", embora lamentem "uma politização persistente das administrações eleitorais e das instituições", assim como "as alegações sobre a compra de votos e a pressão sobre os eleitores".
"Não sofremos nenhuma intimidação, votamos livremente. Espero de verdade que chegue um futuro melhor para os nossos filhos", comentou Dylbere Cani, uma vendedora de Tirana de 60 anos.
* AFP