A Venezuela iniciou oficialmente nesta sexta-feira sua saída da Organização dos Estados Americanos (OEA), em um processo que exigirá até dois anos, constatou a AFP. A representante da Venezuela junto à OEA, Carmen Luisa Velásquez, se reuniu com o secretário-geral da Organização em Washington, o uruguaio Luis Almagro, a quem entregou a carta na qual seu governo formalizou a denúncia do tratado constituinte do bloco regional.
O documento entregue nesta sexta, com a assinatura do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, comunica "a indeclinável decisão de denunciar a Carta da Organização dos Estados Americanos", que data de 1948.
Na quarta-feira, a Venezuela havia anunciado sua saída da OEA em função de o Conselho Permanente da instituição ter convocado uma reunião de chanceleres para avaliar a grave crise política que sacode o país.
Com a apresentação do documento, a Venezuela "dá início à saída definitiva desta organização", qualificada por Caracas de "instrumento infame a serviço dos interesses hegemônicos imperialistas".
A diplomata precisou que a delegação venezuelana já não participará das reuniões e eventos da organização, mas até 28 de abril de 2019 o país seguirá formalmente integrado à OEA, submetido às decisões dos demais 33 países membros.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, enfrenta há um mês uma onda de protestos que exige eleições-gerais e que provocou violentos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes, que já deixaram 28 mortos e centenas de feridos e detidos.