Os líderes europeus se reúnem nesta sexta-feira em Malta para abordar alguns dos maiores desafios nos quase 60 anos da União Europeia (UE), como o Brexit ou a crise migratória, em seu primeiro encontro de cúpula desde a posse do presidente americano Donald Trump.
"As preocupantes declarações da nova administração americana (...) fazem com que nosso futuro seja altamente imprevisível, dentro de uma nova situação geopolítica no mundo", advertiu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na carta de convite.
Após sua eleição como presidente dos Estados Unidos, a UE se tornou um dos alvos das críticas de Trump, que celebrou o Brexit e chegou inclusive a afirmar que outros países seguiriam o exemplo da Grã-Bretanha, ao mesmo tempo que questionou a ajuda aos sócios da Otan caso não aumentem os gastos militares.
As declarações levaram Tusk a incluir, em sua apocalíptica carta, o novo presidente americano entre as "amaças" externas que o bloco enfrenta, como China, Rússia e a situação no Oriente Médio e África, já que Washington "parece que questiona os últimos anos de política externa americana".
A reunião de cúpula de Malta representa a oportunidade para que "aqueles líderes que já tiveram contato com a administração americana" possam informar seus colegas, afirmou uma fonte europeia.
Apesar de concordar com a mensagem do presidente do Conselho, uma fonte diplomática europeia chamou, no entanto, de "infeliz" a redação da carta, ao colocar no mesmo nível as diferentes "ameaças" externas, especialmente no caso dos Estados Unidos.
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