O presidente interino Michel Temer pediu neste domingo ao Itamaraty que intensifique a assistência prestada aos brasileiros atingidos pelo atentado em Nice, no sul da França, onde o motorista de um caminhão avançou contra a multidão que comemorava a Queda da Bastilha, o 14 de Julho, data nacional do país. O ataque matou 84 pessoas na quinta-feira e deixou 85 feridos, muitos em estado grave.
Parentes confirmaram o desaparecimento de ao menos uma brasileira, a carioca Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, mãe da menina Kayla Ribeiro, de 6 anos, que nasceu na Suíça e teve a morte confirmada pelo consulado suíço em Nice, na última sexta-feira, segundo a família. Em redes sociais, a mãe de Elizabeth, Inês, pede informações sobre a filha, que passava férias em Nice, junto com o marido suíço e outras duas filhas pequenas, além de Kayla.
Leia mais:
Mãe e irmã de brasileira desaparecida estão em Nice em busca de notícias
Autor de massacre em Nice pode não ter agido sozinho
Duas pessoas são presas suspeitas de envolvimento no ataque em Nice
Outros dois brasileiros continuam desaparecidos, confirmou a consul-geral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, em entrevista à BBC Brasil.
De acordo com a nota de Temer, o governo colocará "todos os meios à disposição das famílias na busca de informações e para atender eventuais demandas por auxílio neste momento".
O franco-tunisino Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos, dirigia o caminhão contra a multidão que participava dos festejos na quinta-feira à noite, percorrendo cerca de dois quilômetros antes de ser morto por policiais. Além de 84 mortos, 85 pessoas ficaram feridas e continuam internadas em 29 hospitais franceses.
Antes do ataque, Bouhlel enviou ao irmão uma foto em que aparece no meio da multidão que celebrava data nacional do país. Jabeur, citado pela emissora francesa M6, contou que Bouhlel parecia estar "muito contente. Ele disse que estava em Nice com seus amigos europeus para comemorar a festa nacional. Parecia muito feliz e contente, e ria, disse o irmão do criminoso.
Outro fato que pode ajudar a entender o caso foi divulgado pela rádio Europe 1. De acordo com a emissora, que cita fontes próximas à investigação, o assassino fez uma espécie de reconhecimento na Promenade des Anglais, local do ataque, nos dias 12 e 13 de julho. O motorista foi gravado por câmeras de segurança ao volante do caminhão usado no massacre, enquanto observava o local muito atentamente.
Já a BFMTV revelou que pouco antes do ataque Bouhlel mandou um SMS com a frase "envie mais armas". O receptor da mensagem, que não teve a identidade revelada pela polícia, está entre as sete pessoas já presas pela polícia por suspeita de ligação com o atentado. Ao menos uma delas, a ex-mulher de Bouhlel, já foi recolocada em liberdade - o casal havia se divorciado recentemente. Dos 84 mortos no massacre, apenas um ainda não foi identificado, segundo a ministra da Saúde da França, Marisol Touraine. Além disso, 85 pessoas seguem internadas, sendo 29 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).