Ao menos 84 pessoas morreram após um caminhão atropelar uma multidão reunida para celebrar a Queda da Bastilha, festa nacional da França, na cidade de Nice, na noite de quinta-feira, 14 de julho. A França decretou luto oficial de três dias. O ataque aconteceu com o país prestes a sair do estado de emergência, decretado após os atentados de 13 de novembro, em Paris. Com os atropelamentos, no entanto, o presidente francês Fraçois Hollande anunciou o prolongamento do estado de emergência para mais três meses.
Veja o que se sabe até agora a respeito do ataque:
Como aconteceu o atentado?
Um caminhão branco de grande porte atropelou a multidão por volta das 23h locais (18h de Brasília) desta quinta, quando centenas de pessoas se reuniam no Passeio dos Ingleses, avenida beira-mar de Nice, para assistir à queima de fogos por ocasião da festa nacional. Os fogos de artifício haviam acabado de terminar quando o veículo de 19 toneladas, alugado dias antes, avançou e atingiu muitas pessoas ao longo de dois quilômetros, segundo o presidente do conselho da região, Christian Estrosi. Testemunhas que presenciaram o ataque afirmam que o motorista também atirou na população enquanto dirigia. Além disso, também há relatos de que o caminhão andava em zigue-zague. O veículo terminou seu percurso perto do Palácio do Mediterrâneo, um hotel de luxo, com os pneus furados e a porta do lado do passageiro e o para-brisas repletos de buracos de balas. Dentro do veículo foi encontrada uma granada desativada e "armas falsas", segundo uma fonte próxima à investigação.
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Houve reféns?
O porta-voz do ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, negou informações de que pessoas teriam sido feitas reféns. Também foram desmentidos atentados em outras partes da França.
O que o caminhão levava? Quem era o motorista?
Segundo Estrosi, dentro do caminhão havia uma granada inativa e réplicas de armas longas. A polícia francesa identificou o motorista como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, um franco-tunisiano, de 31 anos, residente em Nice. Um documento dele (que foi morto) foi encontrado no caminhão. Segundo uma fonte policial, o homem não estava na lista de pessoas dos serviços de inteligência por suposta radicalização, mas tinha antecedentes por pequenos crimes, sobretudo por violência. Ele estava sozinho no veículo e estão sendo realizadas investigações para determinar se tinha cúmplices. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou que Bouhlel é "sem dúvida um terrorista ligado ao islamismo radical". Porém, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, não confirmou esta versão.
Foi um ataque de extremistas?
Até o momento, o ataque não foi reivindicado. No entanto, a maneira de agir e a data escolhida para atacar, o dia da festa nacional francesa, lembram slogans de grupos extremistas como Al-Qaeda ou Estado Islâmico (EI). Autoridades informaram que as investigações serão conduzidas por uma seção antiterrorista. O presidente francês, François Hollande, disse que o "caráter terrorista" do ataque "não pode ser negado". "As investigações estão em andamento para estabelecer se um indivíduo agiu sozinho ou se ele teve cúmplices que podem ter fugido", explicou o porta-voz do ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet.
Quem são as vítimas?
Entre os 84 mortos registrados até o momento, há, além de franceses, três alemães, dois americanos, uma suíça, uma russa, uma armênia, um tunisiano, uma mulher da Armênia, um ucraniano e cerca de 20 belgas. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que ainda não tem confirmação de brasileiros entre as vítimas. A embaixada da França no Brasil, porém, anunciou que um brasileiro ficou ferido no atentado, sem divulgar seu nome ou estado de saúde. O presidente francês François Hollande confirmou que há pelo menos 50 pessoas internadas em estado grave. Entre elas, estariam um britânico e dois romenos. Os registros também apontam a morte de duas crianças e que há outras 50 internadas.