Ao chegar em Nice, na manhã desta sexta-feira, o correspondente de ZH na França, Fernando Eichenberg, encontrou lojas fechadas, eventos cancelados, os poucos moradores nas ruas com semblantes fechados e um clima ainda de perplexidade na cidade onde, na noite anterior, o motorista de um caminhão atropelou uma multidão e matou pelo menos 84 pessoas.
– É uma situação paradoxal. Chegar aqui nessa cidade linda e encontrar todo mundo em choque, em um silêncio atônito – relatou o jornalista, no programa Gaúcha Atualidade.
Sob um céu azul e calor europeu, a sexta-feira da cidade turística, que nesta época do ano costuma estar repleta de pessoas aproveitando as férias de verão, é de luto diante do terceiro grande atentado terrorista em um período de um ano e meio. Em novembro do ano passado, ataques simultâneos em três pontos de Paris deixaram mais de 130 mortos; em janeiro de 2015, um fuzilamento na sede do jornal satírico Charlie Hebdo, também em Paris, matou 12 pessoas.
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Eichenberg conta que os franceses já não se surpreenderam tanto com as mortes de quinta-feira.
– Virou quase uma rotina, devido à frequência. Eles se sentem chocados e, ao mesmo, impotentes. São prometidas mais medidas de segurança, mas até o estado de emergência foi prorrogado – afirma ele.
ÁUDIO: ouça um relato do correspondente na França
O local do atropelamento em massa, o Passeio dos Ingleses, avenida à beira-mar de Nice, permanece bloqueado, e as ruas estão com segurança reforçada. De acordo com Eichenberg, as notícias que chegam à população ainda são pouco consistentes, fruto de vazamentos à imprensa e de relatos em off de fontes policiais.
Algumas imagens impressionantes do ataque, com pessoas sendo esmagadas e arremessadas após a passagem do caminhão, foram transmitidas por redes de televisão francesas. Tamanho o choque das pessoas, conta o correspondente, algumas emissoras de TV pediram desculpas e receberam pedidos de "cautela" por parte de autoridades locais.
Acompanhe a cobertura de Fernando Eichenberg