Contraiando os rumores de renunciará à presidência da Ucrânia, notícia que ganhou força após ter deixado Kiev, na noite de sexta-feira, Viktor Yanukovich teria negado que deixa o cargo, de acordo com informações divulgadas pela AFP e denunciou um "golpe de Estado", em um discurso exibido na TV em plena crise política no país.
_ Não tenho a intenção de apresentar minha demissão. Sou um presidente eleito legitimamente. Não tenho a intenção de sair do país_ completou Yanukovytch, que também disse que as decisões do Parlamento são "ilegítimas".
O parlamento ucraniano votou neste sábado uma resolução estabelecendo para o dia 25 de maio uma eleição presidencial antecipada porque o presidente "não cumpre mais suas funções", segundo imagens transmitidas pela televisão. Em Maidan (Praça da Independência), praticamente uma zona de guerra, milhares de pessoas permaneciam reunidas neste sábado, perto de barricadas. E não havia sinal de desocupação da área pelos opositores. Yanukovitch teria prometido renunciar durante uma conversa telefônica com o líder opositor Arseni Yatseniuk, segundo o deputado da oposição Mikola Katerinchuk.
- Yanukovitch prometeu fazer isto por escrito e estamos esperando que ele faça - declarou Katerinchuk à imprensa do país.
Também neste sábado, a polícia ucraniana declarou estar "ao lado do povo" e compartilhar suas aspirações de "mudanças rápidas", em um comunicado publicado em nome de todos os agentes do ministério do Interior. O parlamento ucraniano adotou, ontem, uma resolução para a libertação "imediata" da líder opositora Yulia Timoshenko, como havia sido aprovado na sexta-feira. Além disso, muitos partidários do presidente renunciaram.
O braço direito de Yulia, Olexander Turchinov, foi eleito no sábado presidente do Parlamento ucraniano. O ex-presidente do Parlamento, Volodymyr Rybak, renunciou depois que vários deputados do Partido das Regiões, a formação de Yanukovitch, deixaram o partido. Turchinov foi eleito em sessão parlamentar por 288 votos de um total de 450.