As Nações Unidas lançaram nesta terça-feira um plano de ajuda emergencial às vítimas do tufão Haiyan que precisa de US$ 301 milhões (R$ 692 milhões).
Até ontem, menos de um terço desse valor havia sido prometido e boa parte dos mantimentos e recursos continuava parada em portos e aeroportos da região afetada, pela dificuldade em chegar às áreas mais atingidas.
Segundo a chefe de Operações Humanitárias da ONU, Valerie Amos, o plano de ação das Nações Unidas inclui alimentação, saúde, saneamento, alojamento, retirada de destroços e proteção. O cálculo prevê, por exemplo, US$ 22 milhões (R$ 51 milhões) para água e saneamento e US$ 76 milhões (R$ 177,5 milhões) em comida.
O governo confirmou ontem 1.774 mortes, e o presidente filipino Benigno Aquino contestou as previsões mais catastróficas citadas pela ONU e pela polícia de que mais de 10 mil pessoas teriam morrido. Em entrevista à repórter Christiane Amanpour, na rede CNN, Aquino disse que o número de mortos deve chegar a 2,5 mil:
- Dez mil, eu acho, é muito (...). Houve um drama emocional envolvido nesta estimativa em particular.
Segundo a imprensa de Manila, no entanto, as ruas estão repletas de corpos em decomposição, sem contar os que estão sob escombros ou no mar. A experiência do que ocorreu em 2004 assusta as equipes internacionais. Dois dias após o tsunami no Oceano Índico, as autoridades da Indonésia estimavam os mortos em 20 mil. No final da primeira semana, a ONU elevou a previsão para 50 mil a 60 mil e, ao fim, a contagem superou 200 mil mortos.
Uma nova tempestade ameaçava ontem outras ilhas do sul, e a chuva piorava a situação dos sobreviventes.
- Por favor, digam às autoridades que nos ajudem. Onde está a comida? Onde está a água? Onde estão os soldados para retirar os corpos? - diz, desesperada, Carol Mampas, que passou a noite no aeroporto de Tacoblan com a esperança de embarcar em um voo.
Apesar da chegada de vários países e organizações, em valor de quase US$ 100 milhões (R$ 230 milhões), boa parte das doações está parada em portos e aeroportos, pela dificuldade em chegar às áreas mais atingidas.
Na tentativa de conter saques e evitar ataques às missões humanitárias, as autoridades anunciaram ontem um toque de recolher entre 22h e 6h.