O tradicional Desfile Farroupilha movimenta a manhã desta sexta-feira, feriado do 20 de Setembro, em Porto Alegre. Previsto para iniciar às 8h30min, o primeiro desfile atrasou cerca de uma hora. Representantes das forças de segurança do Estado começaram a percorrer a avenida pouco depois das 9h30min, quando a chuva já havia parado.
Policiais militares foram os primeiros a passar pelas arquibancadas - onde o público já havia aumentado significativamente. Os participantes são recebidos por aplausos por aqueles que se dividem entre a estrutura montada pela organização e o gradil - muitos usam roupas típicas e seguram bandeirinhas com as cores do Rio Grande do Sul. Dois helicópteros também passaram pelo local do evento.
Entre as pessoas que observavam da arquibancada, estava Carla Gomes da Rosa, que veio assistir a filha desfilar. Aos 15 anos, a menina faz parte da banda da Escola Tiradentes.
Com homenagens a Jayme Caetano Braun, por volta do meio-dia, teve início o desfile temático. Após 11 anos, o evento volta a contar com carros temáticos — serão seis no total a passar pela avenida.
"Tradicionalismo é uma forma de estarmos mais unidos e mais próximos como povo", diz Leite
Em entrevista antes do início do evento, o governador do Estado, Eduardo Leite, destacou que esse é apenas seu segundo Desfile Farroupilha - já que a tradicional celebração não ocorreu nos anos de pandemia, nem no ano passado, devido às enchentes de setembro. Para Leite, esta edição tem um caráter muito especial e significativo, porque representa a identidade e o que une o povo gaúcho:
— Se em outros tempos o que a gente celebrava na Revolução Farroupilha tinha a ver com guerra, conflito e enfrentamento, hoje o que a gente celebra é a nossa capacidade de nos unirmos para enfrentar as dificuldades do dia a dia e que o clima nos impôs, esse senso de pertencimento do povo gaúcho. Esse tradicionalismo que a gente exalta hoje é uma forma de estarmos mais unidos e mais próximos como povo e, assim, temos mais força para enfrentar o que vier pela frente.
O governador também ressaltou que o desfile das forças de segurança, apesar de ser tradicional, também tem um significado especial neste ano, em função da importância que tiveram para os resgates e salvamentos durante as enchentes. De acordo com Leite, profissionais de outros Estados, como Santa Catarina e Paraná, que colaboraram no período da tragédia também participarão do evento. No total, 1.342 representantes das forças de segurança e da Susepe desfilam nesta sexta.
A chuva intensa que caiu desde a madrugada e causou interrupções no trânsito afetou a movimentação junto à Avenida Edvaldo Pereira Paiva, às margens da orla do Guaíba. A instabilidade também modificou a programação, que deve se estender até o meio-dia. O trânsito sofre alteração durante todo o desfile (veja mapa abaixo).
Mudança na programação
Na manhã desta sexta-feira, foi anunciada uma alteração na ordem da programação, que inverteria a entrada dos participantes. Depois, a mudança foi cancelada. Assim, começou pelo cívico e militar, com a participação de integrantes das forças de segurança do Estado — Brigada Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias, Susepe e Defesa Civil RS. Na sequência, foi a vez do desfile temático, com os seis carros alegóricos.
"Tua poesia vive, nosso poeta imortal. A história do Rio Grande tem Jayme Caetano Braun". As frases cantadas pelo grupo Alma Gaudéria marcaram o início do desfile temático às margens da Orla do Guaíba. Com o retorno dos carros alegóricos, a apresentação homenageia a história do pajador e a reconstrução do Estado após a enchente.
Perto do meio-dia, a gestão de prendas e peões do RS, conduzindo as bandeiras, começou a desfilar pela avenida. Na sequência, o carro Tronco Missioneiro passou em frente ao palanque das autoridades. O momento foi celebrado pelo público, que aplaudia e fazia imagens do veículo.
Após, ocorre o desfile tradicional, com cavalarianos dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e piquetes.
O encerramento do desfile contará com a presença de voluntários e agentes públicos que ajudaram nos resgates durante a enchente, representantes da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas e de grupos tradicionalistas.