O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) alegou, nesta sexta-feira (20), que os alagamentos registrados em Porto Alegre durante o temporal da madrugada decorreram de chuva em excesso, e não de falta de limpeza da rede pluvial.
A afirmação é do diretor-geral do Dmae, Maurício Loss. Segundo ele, o volume expressivo de chuva registrado durante a madrugada desta sexta, principalmente entre 5h e 6h, ocasionou o acúmulo de água em vias da Capital.
Segundo a Climatempo, o acumulado de chuva nas últimas 24 horas na cidade foi de 32,6 milímetros, o equivalente a 22% do volume projetado para todo o mês de setembro.
Em Porto Alegre, ao menos 11 pontos com bloqueios totais foram registrados em ruas e avenidas da Zona Norte, principalmente entre os bairros Sarandi e Farrapos. Na última semana, o maior impacto havia sido na Zona Sul e na região central da cidade.
— A pancada muito forte em um curto espaço de tempo demora até a rede absorver e a água percorrer toda ela até chegar nas casas de bombas. Assim como tivemos na sexta-feira passada (13) aquele episódio, que aparentemente é um alagamento, mas na verdade é um acúmulo de água. Isso se deve também ao fato de como a rede é dimensionada. Não adianta a gente querer botar galerias enormes em todas as ruas, que isso vai ser tecnicamente inviável — apontou o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss.
Rede está obsoleta em alguns pontos
Segundo Loss, todas as casas de bombas de Porto Alegre estão operando normalmente e não apresentaram problemas durante o temporal. Porém, em pontos mais afetados, ainda há trechos da rede pluvial considerados obsoletos, o que contribuiu para o maior acúmulo de água, de acordo com Loss.
— Nós estamos com aproximadamente 84% do bombeamento operando. Não tivemos falta de luz, apesar dos ventos. O alagamento não foi por falha das casas de bombas. Se a repetição do alagamento ocorreu em um ponto que já teve limpeza, não necessariamente é esse o problema, mas sim o fato de a rede estar dimensionada e obsoleta — disse.
Equipes distritais vão revisar os locais que apresentaram problemas nesta sexta, incluído pontos que já passaram por limpeza da rede. Cerca de 500 quilômetros da rede pluvial da Capital foram afetados pela enchente. De 20 de maio a 15 de setembro, 271 quilômetros foram restabelecidos, o equivalente a 54% da totalidade.
Em ruas, como a Adherbal Rocha de Fraga, no Sarandi, em que o nível de água causou bloqueio total durante a manhã desta sexta, a limpeza de rede já foi concluída, conforme o Dmae. Contudo, uma nova vistoria foi realizada durante a tarde para detectar possíveis problemas na estrutura.