O recuo do Rio Taquari revelou um cenário de destruição que antes estava submerso pelas águas. Com a baixa expressiva nesta sexta-feira (3), pontes e casas destruídas começaram e aparecer cobertos de lama, entulhos e vegetação.
A ponte entre Lajeado e Estrela, na BR-386, já não possuía mais asfalto em diversos pontos. Montes de lixo e madeira se acumulavam sobre a estrutura. O óleo de veículos que ficaram presos se misturava à lama acumulada. À distância, curiosos se aglomeravam em uma passarela para observar o que restou da construção.
Na RS-130, a estrutura de Lajeado e Arroio do Meio sobre o Rio Forqueta se rompeu completamente. Nem mesmo os pilares sobraram. Por ali, exército e bombeiros começaram a entrar no Rio com botes para realizar buscas e resgates em Arroio do Meio. A partir desse ponto, não é possível chegar nas cidades mais acima, como Encantado, Muçum e Roca Sales.
Foi justamente de Roca Sales que um contato foi estabelecido. Por telefone e sinal ruim, o coordenador da defesa civil conversou com à reportagem.
— Precisamos de socorro aéreo. Marcamos um SOS no chão com entulhos para que a aeronave nos enxergue. Pedimos socorro, a situação é muito grave — dizia Cléber Fernando dos Santos.
Com a ponte ainda interditada para cruzar o Rio Taquari em direção a RS-130, oito pacientes que precisam de hemodiálise foram transportados por cima dos trilhos do trem em direção a Encantado. Uma grávida em trabalho de parto também precisou ser removida.
Sobre desaparecidos e mortos, Cléber não soube precisar.
— Temos muita gente em locais que não acessamos por deslizamento de terra.
Veja imagens da enchente no Vale do Taquari: