Em depoimento na tarde desta terça-feira (12), o proprietário do restaurante Le Petit, localizado em Rio Grande, no sul do Estado, onde uma explosão feriu gravemente uma formanda, afirmou não ter imagens de câmeras de segurança internas do local. A Polícia Civil buscava filmagens para compreender a dinâmica do acidente registrado no sábado (9), que provocou queimaduras em Jaqueline Tedesco, 26 anos, que celebrava formatura em Direito no estabelecimento. A identidade do homem não foi divulgada.
A polícia não confirma se fará diligências para atestar a existência ou não de gravações do ocorrido. O estabelecimento é especializado em fondue, e usava álcool para manter acesa a chama que mantém o suporte aquecido sobre a mesa.
Segundo relato de uma amiga da vítima, o acidente teria ocorrido quando uma funcionária do restaurante repunha o álcool líquido usado. Jaqueline teve queimaduras no peito e no pescoço, além de ferimentos nas mãos e nos braços, e segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Rio Grande.
O acidente também deixou uma funcionária do restaurante ferida, mas sem gravidade, conforme a Polícia Civil. Ela também foi ouvida na tarde desta terça, mas o conteúdo do depoimento não foi divulgado para não prejudicar a investigação.
O namorado e a mãe de Jaqueline procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência do caso. A família alega que o restaurante não prestou apoio a eles no momento do incidente.
O que diz o restaurante
Na quinta-feira (14), os advogados Affonso Celso Pupe Neto e Eduardo Pias Silva, que representam o restaurante Le Petit, enviaram nota a GZH.
Leia a íntegra do texto:
"Em razão do evento acidental ocorrido na data de 09/03/2024 nas dependências de nosso restaurante, informamos que, diferentemente de algumas notícias e manifestações lançadas em redes sociais, desde o evento acidental ocorrido na data 09/03 com Jaqueline Tedesco, a empresa e seus administradores vêm prestando toda a assistência material que é solicitada pela família de Jaqueline, bem como, sistematicamente, buscando obter informações atualizadas sobre seu estado de saúde.
Independentemente do trâmite dos procedimentos legais de apuração dos fatos (os quais ainda se encontram em estágio embrionário e não tiveram conclusão final emitida pelas autoridades), desde o acontecido o restaurante Le Petit se prontificou e, efetivamente, passou a contribuir com o custeio das necessidades indicadas pelos familiares da jovem (medicamentos, transporte e insumos requisitados por seus familiares), assim agindo como forma de demonstração real de respeito e solidariedade a situação após o incidente, sentimentos esses que são inabaláveis em nossa cultura corporativa.
Além disso, tão logo instados pela autoridade policial responsável pela apuração dos fatos – a qual, registre-se, até o momento, vem conduzindo os trabalhos de forma célere e comprometida com a compreensão da realidade –, os administradores do restaurante passaram a colaborar imediatamente para os esclarecimentos necessários, na pois possuem absoluta confiança no trabalho dos órgãos do Estado e em suas vindouras conclusões, detendo, assim, total convicção de que a investigação, com base em indícios e provas concretas, revelará a realidade ocorrida.
Como referido, para além de qualquer questão relacionada ao mérito do evento e sua definitiva apuração, o restaurante, através de seus administradores, possui como filosofia existencial o absoluto respeito por todos os seus consumidores e é concretamente solidário a Jaqueline e seus familiares.
Restaurante Le Petit
através de seus advogados."