Aproximadamente 2,6 mil pessoas permanecem fora de casa em Arroio do Meio desde a cheia do Rio Taquari no último sábado (18). De acordo com a Defesa Civil do município, ao todo, 900 famílias foram atingidas pela inundação. O último balanço divulgado dá conta de 346 moradores em abrigos públicos.
Assim como em outras cidades do Vale do Taquari, quanto mais próximo do leito do rio, maior é o cenário de devastação, lama e vegetação derrubada pela correnteza durante as cheias. No entanto, é muito difícil identificar quando os estragos foram provocados.
Muitas estruturas que resistiram à inundação de setembro foram derrubadas pela água desta vez. Outros lugares foram fortemente atingidos nas duas ocasiões. É o caso da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes.
— Uma tristeza, mas precisamos erguer a cabeça e seguir em frente — afirma o padre Alfonso Antoni.
O religioso tentava realizar a limpeza, nesta terça-feira, da pequena igreja. O espaço, que começava a se recuperar da enchente de dois meses atrás, voltou a registrar destruição.
A vontade de se mudar
Mãe de três filhos, de 2, 6 e 8 anos, Lúcia Carina da Silva vive a poucos metros do Taquari. Ela teve a casa atingida nas duas vezes.
O desejo da mãe de família é de deixar a região, mas ela reconhece que entre querer e poder há uma grande diferença.
— A estrutura da casa tá comprometida, tá toda rachada, mas fazer o quê? Pra onde a gente vai? Eu sou obrigada a voltar, tenho três filhos — conta.
O tempo firme e seco desta terça ajudou no trabalho de limpeza e desobstrução das ruas, casas e dos negócios afetados. A previsão para esta quarta-feira (22) é de retorno da chuva para o Vale do Taquari.
Além disso, um alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia indica o risco de tempestades na região.