A Enel São Paulo informou nesta quarta-feira (8) que restava normalizar o fornecimento de energia para cerca de 14 mil clientes impactados pelo vendaval na última sexta-feira (3).
De acordo com o presidente da companhia, Max Lins, o número 0,07% do total de consumidores afetados. A companhia afirma que está atuando com mais de 3 mil técnicos nas ruas e que "tem trabalhado de forma incansável para reconstruir trechos inteiros da rede elétrica, garantindo a energia para todos".
Protesto de moradores contra falta de luz em SP deixa policial baleado
Um policial militar foi baleado na terça-feira (7) durante manifestação de moradores sem energia elétrica na avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi, na zona sul da capital paulistana. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a bala atravessou a perna do PM, que foi levado a um hospital para atendimento médico. Não foi informado o seu estado de saúde.
Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar acompanhava o protesto quando a avenida começou a ser bloqueada após os moradores colocarem fogo em objetos. Os policiais relataram que alguns manifestantes portavam "coquetéis molotov" e se protegeram atrás de escudos.
Vendaval: árvores e fios caídos
Na última sexta-feira (3) um temporal provocou a queda de centenas de árvores na cidade, afetando o fornecimento de energia elétrica em grande parte da Capital — mais de 2 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz.
As fortes chuvas deixaram ao menos oito pessoas mortas no Estado. Mais de 40 municípios, incluindo a Capital, tiveram ocorrências por queda de árvores. Foram mais de dois mil chamados de acordo com as defesas civis e o Corpo de Bombeiros em todo o Estado.
O presidente da Enel, Max Lins, destacou em uma entrevista à GloboNews que não é possível definir uma data exata para o restabelecimento completo da energia. Ele explicou que, devido aos danos consideráveis, como postes derrubados, transformadores afetados e cabos danificados, a restauração exige uma cooperação intensa entre todas as partes envolvidas.
A falta de energia também impactou o funcionamento de escolas e unidades de saúde, com alguns pacientes sendo acolhidos e orientados sobre seus atendimentos. Além disso, o Ministério Público de São Paulo anunciou a abertura de uma investigação para apurar possíveis omissões da concessionária Enel no restabelecimento de energia para os consumidores da Região Metropolitana de São Paulo. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, solicitou um plano de contingência da Enel para evitar desastres decorrentes de mudanças climáticas.
Ação na justiça
A prefeitura de São Paulo informou nesta quarta-feira que entrará na Justiça contra a Enel diante do alegado descumprimento de acordo da empresa com a gestão municipal. A concessionária de energia elétrica tinha previsto o restabelecimento total de luz até esta terça-feira (7), o que não ocorreu.
De acordo com a prefeitura, a Procuradoria-Geral do Município de São Paulo entrará com uma ação civil pública contra a Enel "por descumprimento de acordo da empresa com a capital paulista e de outras normas legais". A concessionária não comentou nesta manhã a medida da Prefeitura, mas anteriormente havia informado que trabalha com 3 mil técnicos para restabelecimento do serviço.
Além disso, a prefeitura afirmou que irá notificar o Procon e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que medidas sejam tomadas contra a concessionária. Questionada, a Enel ainda não se manifestou sobre a ação da prefeitura.