Os rios Ibirapuitã, em Alegrete, e Uruguai, em São Borja, ultrapassaram as cotas de inundação e começaram a atingir edificações. Apesar de a situação não ser grave como no Vale do Taquari e na Serra, mais de 170 pessoas tiveram de deixar suas casas nesses dois municípios.
O rio Ibirapuitã atingiu a marca de 11 metros, quase dois metros acima da cota. Em Alegrete, segundo a Defesa Civil Municipal, os alagamentos atingem os bairros Vila Nova, Santo Antônio, Canudos, Macedo, Promorar e Vila Izabel. Há 35 pessoas desabrigadas, distribuídas entre dois abrigos, no Ginásio Oswaldo Aranha e no antigo posto do bairro Macedo. Além disso, 118 estão desalojadas, isto é, alocadas em casas de amigos ou familiares.
Já em São Borja, a cheia do Rio Uruguai provocou a remoção de 24 pessoas — o leito chegou a 9,9 metros, 90 centímetros acima do nível de inundação. A maioria dos moradores afetados está na casa de familiares ou amigos. Outros estão no Ginásio Cleto Azambuja, que funciona como abrigo. Os alagamentos ocorrem principal na região próximo ao porto de São Borja, no bairro do Passo. Tanto em São Borja quanto em Alegrete podem ocorrer mais ações para retirada de pessoas de áreas alagadas durante a tarde. O Rio Uruguai também segue em elevação em outras cidades, como Garruchos e Porto Mauá.
Região Sul
Outra cidade que registra moradores fora de casa é Rio Grande, na Região Sul, por conta do nível dos arroios. Pessoas são afetadas principalmente em Vila Quinta. De acordo com a Defesa Civil, 45 pessoas, entre 31 adultos e 14 crianças, estão no salão paroquial do distrito.
A prefeitura de Pelotas, também na Região Sul, informa que tem somente uma família desabrigada e que a Defesa Civil e o setor de Assistência Social não receberam chamados na última noite.
Rios em elevação
Além dos rios Ibirapuitã e Uruguai, os rios Camaquã, na Região Sul, e Ibicuí, na Fronteira Oeste seguem em elevação. No entanto, de acordo com o hidrólogo da Sala de Situação do Governo do Estado, Pedro Camargo, a previsão é positiva, pelo menos até a próxima segunda-feira (11), quando uma frente fria deverá provocar chuva forte no Rio Grande do Sul, principalmente na metade sul.
— Como as chuvas pararam ontem (sexta-feira), a tendência é que os rios sigam em lenta elevação e que, até segunda-feira, se estabilizem e apresentem declínio — explica Camargo.
Ainda de acordo com o hidrólogo, também na Região Sul, o Rio Jaguarão, já está em declínio, assim como o Rio Piratini, em Pedro Osório e Cerrito.