Ao menos dois municípios gaúchos já iniciaram o pagamento de auxílios próprios prometidos aos atingidos pelos efeitos do ciclone extratropical de 15 e 16 de junho. É o caso de Montenegro, no Vale do Caí, e Esteio, na Região Metropolitana.
Em Montenegro, por meio do programa Recomeçar, 593 famílias que residem em ruas inundadas pela enchente de junho foram autorizadas a receber o benefício de R$ 1 mil disponibilizado pela prefeitura. Destas, 174 já retiraram os cartões magnéticos, que estão sendo entregues, até sexta-feira (4), no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), na Rua La Salle, 09. O cartão com o valor do benefício pode ser usado em 53 empresas montenegrinas, previamente cadastradas.
— Os recursos são destinados a quem está matriculado no Cadastro Único e possui renda per capita de até R$ 218. Este é apenas um auxílio que o poder público está dando para as famílias que sofrem com as cheias do Rio Caí — explica o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta.
Em Esteio, os pagamentos estão em andamento pelo programa Renda Certa — Emergencial Ciclone. O valor disponibilizado também é de R$ 1 mil, pago em parcela única. Têm direito ao auxílio famílias com renda de até dois salários mínimos atingidas pelo ciclone. O valor é disponibilizado via cartão magnético e pode ser usado apenas no comércio do município. Até agora, 412 famílias foram beneficiadas.
As entregas são realizadas por meio do Instituto Educacional, Social e Cultural do Estado do Rio Grande do Sul (Iscergs/Cufa-Esteio), que também realiza visitas aos moradores cadastrados no programa para verificar a necessidade do auxílio. Até a última segunda-feira (31), já haviam sido realizadas 2.385 visitas. A entrega dos cartões é feita de forma descentralizada: a próxima acontece na sexta-feira (4), no bairro São Sebastião, no Centro Esportivo Unifica – CEU, região mais atingida pelos efeitos do ciclone no município.
Em Novo Hamburgo, promessa ainda não cumprida
Para os moradores atingidos em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, o dinheiro prometido pela prefeitura ainda não chegou.
O programa Juntos, Sempre! foi anunciado pela prefeita Fátima Daudt em 23 de junho. O projeto de lei enviado pelo Executivo e aprovado na Câmara de Vereadores em 28 de junho prevê a abertura de R$ 3 milhões no orçamento do município para o programa. Cada família atingida pelo ciclone terá direito a R$ 1 mil. De acordo com o Executivo municipal, o programa segue critérios técnicos e utiliza informações de Defesa Civil, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, de satélites e georreferenciamento da cidade para que os recursos possam ser direcionados às famílias que realmente necessitam. O mapeamento começou em 29 de junho e ainda não foi concluído.
Conforme a assessoria de comunicação da prefeitura, está também em análise a forma de entrega do auxílio, que será definida via decreto. Os valores devem ser pagos nos próximos dias. A quantidade de beneficiários será definida após o fim do mapeamento, realizado por técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
Socorro estadual
Além dos auxílios municipais, o programa Volta Por Cima, do governo do Estado, deu início aos depósitos para 1.726 famílias de 22 municípios na última sexta-feira (27). A medida, aprovada pela Assembleia Legislativa em 11 de julho, garante o pagamento de R$ 2,5 mil por família. O crédito foi depositado no Cartão Cidadão dos beneficiados. Foram transferidos R$ 4,3 milhões.
O benefício é destinado para famílias desabrigadas ou desalojadas pelo ciclone de junho em municípios com decreto de emergência ou calamidade homologado pelo Estado. A família também precisa ter o formulário coletado por equipes municipais de Assistência Social até 30 de junho e estar classificada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) como pobre ou extremamente pobre. Um site (voltaporcima.rs.gov.br) foi disponibilizado para consulta ao benefício.