A fabricante de armas Taurus interrompeu as obras da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Nova, no bairro Campestre, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. De acordo com um comunicado da empresa, a paralisação ocorreu para análise dos "efeitos do novo decreto (antiarmas do Governo Federal) e avaliar o fluxo de caixa da companhia".
A construção da UBS foi anunciada em março de 2022. A unidade, destinada a atender a comunidade local, terá área de 412 metros quadrados. A expectativa de investimento da Taurus era R$ 1,8 milhão, como forma de compensação ao município. A companhia inaugurou, em dezembro de 2021, um complexo industrial em área cedida pela prefeitura.
A Taurus declarou que, "tão logo esse entendimento (sobre os efeitos do decreto na operação da companhia) esteja claro, será tomada uma decisão definitiva (sobre a continuidade da obra)".
Na semana passada, a empresa demitiu cem colaboradores. Outros 230 desligamentos ocorreram no início do ano. O CEO da empresa informou à coluna de Giane Guerra que não descarta a possibilidade de mais demissões no futuro.
Procurada, a prefeitura de São Leopoldo afirmou, por meio de nota, que, apesar da paralisação, a obra "está dentro do cronograma de execução". O prazo de entrega é março de 2024.
Novo decreto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última sexta-feira (21) um novo decreto que impõe mais restrições ao acesso a armas no Brasil. Houve redução do limite de armas a que podem ter acesso os caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs), além da implementação de novos níveis de controle.
Anteriormente, as pessoas podiam possuir até quatro armas para defesa pessoal, com um total de 200 munições por arma. Agora, esse limite foi reduzido para duas armas e 50 munições. Os caçadores tinham o direito de até 30 armas, incluindo 15 de uso restrito, e agora o limite é de seis. Os colecionadores antes podiam ter cinco armas, mas agora só podem possuir uma. E os atiradores esportivos, que antes podiam ter até 60 armas, agora voltarão a ser nivelados com restrições de quantidade para cada nível.
Ainda há regras para os Clubes de Tiro, que a partir de agora não podem mais funcionar 24 horas por dia, com horário fixo entre 6h e 22h e distância de pelo menos um quilômetro de escolas. Além disso, o registro das armas e fiscalização, que eram de responsabilidade do Exército, agora são feitos pela Polícia Federal.