O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) cumpre 11 mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (21) nos municípios de Sobradinho e Segredo, no Vale do Rio Pardo. Os alvos da chamada Operação Falsitá são dois médicos, duas servidoras e dois gestores que atuaram no Hospital São João Evangelista Unidade 2, de Sobradinho, a partir de 2019, mas que não trabalham mais na instituição.
Realizada desde setembro do ano passado, a investigação aponta que o grupo tinha um esquema de cobranças indevidas por consultas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme o MP, os médicos utilizavam contas bancárias das funcionárias para receber os valores. As servidoras, inclusive, ganhavam comissões pelas cobranças ilegais. O procedimento contaria com a anuência da dupla de administradores na época.
Com o apoio do 2º Batalhão de Polícia de Choque da Brigada Miliar, os mandados são cumpridos no hospital, em duas clínicas, em dois escritórios de contabilidade e em seis residências. A operação é coordenada pelo líder do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), André Luis Dal Molin Flores, e pelo promotor de Justiça Renan Loss, além de ter a participação do promotor João Afonso Silva Beltrame.
Eles são investigados pelos crimes de concussão (exigência indevida de vantagem no serviço público), falsidade ideológica, associação criminosa e crimes contra a ordem tributária. No final da manhã, o MP divulgou um balanço das apreensões.
Foram localizados e encaminhados para perícia seis celulares, três HDs, um notebook, um pendrive, quatro armas de fogo, 70 cartuchos, documentos e dinheiro. Além de R$ 11,3 mil, havia mais de U$ 12 mil, bem como pesos e guaranis.