A estiagem que afeta o Rio Grande do Sul trouxe impactos para a produção de pescados na semana santa. Segundo o extensionista da Emater João Sampaio a oferta de peixe no Estado neste ano é de 2,5 mil toneladas, uma redução de 25,3% em relação a 2022, quando foram disponibilizadas 3,3 mil toneladas.
O especialista explica que a falta de chuvas afeta cada região de forma diferente, uma vez que a distribuição e o volume variam bastante em cada território, mas é possível afirmar que houve uma queda de modo geral. Sampaio observa que o Estado costuma ter um aumento em torno de 8% ao ano na quantidade, mas a estiagem vem trazendo obstáculos nos últimos três anos.
— Estamos acostumados a ter um aumento em torno de 8% ao ano, e neste a gente não está tendo — constata.
O extensionista explica que o chamado pescado de cultivo é o responsável pelo maior volume comercializado no Rio Grande do Sul. Dentro desta modalidade, os mais prejudicados pela escassez de água foram os peixes criados de forma intensa, como as carpas e tilápias.
A boa notícia para o consumidor é que o preço dos pescados diminuiu em 8% apesar da oferta reduzida. Em 2022, o valor médio do preço por quilo foi de R$ 21,16. Neste ano, está em R$ 19,49.
Apesar disso, Sampaio garante que não faltará peixe no prato dos gaúchos. Ele afirma que a demanda será suprida pelos produtos disponíveis nos mercados.
— Não vai faltar peixe, essa diferença é compensada pelo pescado no mercado, com os congelados e enlatados — salienta o extensionista rural.
Feiras
Na Feira do Peixe de Santa Maria, a redução de produtos chega a 35%, conforme dados divulgados em reportagem de GZH. No ano passado, foram 108 toneladas de peixes comercializadas no evento. Já neste ano, devem ser disponibilizadas aproximadamente 70 toneladas.
Em Porto Alegre, a Emater afirma que a feira do peixe do Largo Glênio Peres dificilmente será afetada, pois possui muitos produtores e pescadores que a abastecem. Além disso, o órgão ressalta que a oferta menor vai refletir nas regiões e municípios mais afetados pela estiagem, o que não inclui a capital gaúcha.