A presença dos garimpeiros no território yanomami aumentou significativamente nos últimos cinco anos. A informação foi dada nesta terça-feira (24) pelo secretário de Saúde Indígena do governo federal, Weibe Tapeba, integrante da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que esteve no local no último sábado (20).
— Eu conversei com as lideranças locais e eles têm colocado, de forma muito certeira, que os últimos cinco anos foram decisivos para que o caos se instalasse na região. O Estado brasileiro não teve a capacidade de assegurar a segurança dos povos indígenas. Algumas comunidades viraram reféns de verdadeiros bandidos que têm atuado no território — disse Tapeba em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Segundo o secretário, cerca de 20 mil garimpeiros invadiram o território, no qual vivem mais de 30 mil indígenas do povo Yanomami. Tapeba afirmou que a prioridade, no momento, é salvar as vidas dos indígenas, que sofrem com fome, desnutrição e doenças. Em um segundo momento o governo vai trabalhar para remover os garimpeiros do local.
Para o secretário de Saúde Indígena, os números de mortos no território é maior do que o conhecido até agora, já que há óbitos que não foram devidamente registrados. O governo brasileiro trabalha em medidas para enfrentar a crise humanitária na região, como a construção de hospitais de campanha e recrutamento de voluntários para atender os indígenas.
— Tive a oportunidade de participar de algumas operações e o que eu vi foi assustador. Nós estamos vivendo um cenário de guerra naquele território. Infelizmente o Estado brasileiro não teve a capacidade de assistir todo aquele povo, que estava de costas para o povo yanomami — diz.
O secretário também afirma que existem outras áreas da Amazônia com problemas semelhantes aos percebidos na região yanomami.
Ouça a entrevista na íntegra: