Enquanto algumas regiões do Rio Grande do Sul foram atingidas por temporais recentemente, outras áreas apresentam chuvas abaixo da média. Ao menos quatro bacias hidrográficas do Estado estão em nível de alerta devido ao baixo nível dos rios: Camaquã, Ibicuí, Negro e Santa Maria (esse último, aliás, já teve problema semelhante no início deste ano). Em razão do mesmo motivo, outras bacias demandam atenção, ou seja, também preocupam, mas ainda não tanto: Alto e Baixo Uruguai, Baixo Jacuí, Ijuí, Mirim-São Gonçalo e Quaraí, conforme o governo estadual.
Diante do cenário, o Estado já projeta nova estiagem no verão. A hidróloga Ingrid Petry, da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), explica que, durante o inverno, as bacias tinham recuperado bons níveis, já que as chuvas foram regulares. No entanto, há cerca de um mês, o baixo nível dos rios voltou a chamar a atenção:
– Nós temos três verões em sequência com menos chuva, e temperaturas muito elevadas. Com isso, as bacias não criam reserva, e sentem rapidamente quando há diminuição das chuvas. Essa estiagem que se repete ano após ano é problemática, porque não reabastece os rios e os lençóis freáticos.
Expectativa
O alerta é para o verão que se aproxima já que, segundo projeções da Sala de Situação, terá temperaturas acima da média e chuvas irregulares.
– O Rio Grande do Sul poderá sofrer de novo com a estiagem em algumas regiões. Estamos trabalhando com essa possibilidade – admite Ingrid Petry.
Na última quinta-feira (1º), a cidade de Tupanciretã, na região central do RS, decretou situação de emergência em razão da estiagem. Duas famílias do interior do município estão com poços secos e têm de ser atendidas com caminhões-pipa. Esta foi a primeira prefeitura a decretar emergência devido à falta de chuvas nesta temporada. Antes desse, o último decreto semelhante havia ocorrido em abril.
A Corsan informou que ainda não registra problemas de abastecimento causados por estiagem.