A chegada do período de safra do arroz preocupa produtores de Cachoeira do Sul. Há três meses, uma ponte que atravessa o Rio Jacuí precisou ser bloqueada por conta de danos na sua estrutura. Desde então, somente veículos de passeio podem passar pela Ponte do Fandango, principal via da cidade para o porto, em Rio Grande, e à BR-290.
A Ponte do Fandango fica na BR-153 na saída para a BR-290. Ela foi totalmente bloqueada no final de outubro devido a problemas estruturais. Depois de uma avaliação, o tráfego para veículos leves foi liberado, em duas pistas, na metade de novembro. Caminhões e ônibus seguem sem utilizar a travessia e precisam optar entre uma balsa ou percorrer um enorme desvio pela Região Central.
A preocupação da Prefeitura e de entidades representativas é para os próximos dias. Com a chegada do período de safra, a cidade – conhecida como a Capital Nacional do Arroz – precisa transportar sua colheita para o Porto de Rio Grande. São mais de 152 mil toneladas produzidas na cidade, já considerando as perdas causadas pela estiagem. Da safra, cerca de 70% dependem da ponte para seguir viagem.
Na próxima segunda-feira, a prefeitura e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terão uma reunião para formalizar um pedido de liberação do tráfego para caminhões de até 36 toneladas.
Sem a ponte, produtores precisam usar a balsa ao custo de R$ 130 por travessia, em ida e volta. Além disso, a travessia com a embarcação acarreta uma demora maior no escoamento, o que não acompanha a velocidade da colheita.
Por enquanto, veículos de grande porte também têm a opção de seguir por rotas alternativas. De Cachoeira do Sul é possível ir até Santa Maria, pela RS-287. De Santa Maria, o caminho para o Porto de Rio Grande é pela BR-392.
Outra preocupação é que, a partir de março, começa a colheita da soja. Sem a ponte, a chance é de que os agricultores prefiram levar o grão para outras cidades.