Dois imóveis históricos, um casarão do século 18 que pertence à prefeitura de Ouro Preto, Minas Gerais, e um depósito, foram destruídos por um deslizamento de terra no Morro da Forca, localizado na região central da cidade. Ninguém ficou ferido, pois a área havia sido evacuada minutos antes pela Defesa Civil.
Imagens do momento do deslizamento circularam pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. Os dois imóveis estavam vazios no momento do acidente. O casarão histórico já estava interditado desde 2012 justamente pelo risco.
De acordo com a Defesa Civil do município, o solo estava encharcado por causa das chuvas dos últimos dias.
Antes do desabamento, a prefeitura de Ouro Preto divulgou, nas redes sociais, um vídeo do coordenador da Defesa Civil do município, Neri Moutinho, informando que a rua estava interditada. Aproximadamente 500 metros para cada saída foram isolados e todas as pessoas foram evacuadas de suas residências.
— Peço às pessoas que não transitem neste local. Há movimentação de massa. Nós já acionamos o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Ourotran e nosso geólogo para poder fazer a avaliação. É de grande proporção — disse.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de 8h30min para realizar uma vistoria no local e, devido aos problemas estruturais verificados, toda a área acabou evacuada. Pouco depois, às 9h10min, o deslizamento ocorreu.
“Se houver outro desmoronamento, há a possibilidade de um hotel e um restaurante serem atingidos”, informou o Corpo de Bombeiros, em nota.
Minas Gerais registra muitos estragos por conta dos temporais que atingiram o Estado desde o começo do ano. Pelo menos 24 pessoas morreram, cerca de 28,6 mil tiveram de sair de casa e 341 municípios estão em situação de emergência. há ainda 134 pontos de rodovias interditados.
O local onde ocorreu o deslizamento fica no centro histórico da cidade, próximo ao Museu da Farmácia. No local, pessoas escravizadas eram enforcadas, entre os séculos 17 e 19. Os dois casarões atingidos tinham valor histórico reconhecido.
Moradores
Dono de uma barbearia que funciona a cerca de 300 metros do terminal de integração, Fábio Rogério Alves, 44 anos, contou à Agência Brasil que ele e outras duas pessoas, incluindo uma funcionária da prefeitura, notaram os primeiros sinais de que parte do morro estava prestes a ceder. Antes mesmo de acionar as autoridades locais, os três interromperam o trânsito de veículos e passaram a alertar as pessoas.
— Antes mesmo de os bombeiros chegarem, pouco antes da queda do morro, já tínhamos isolado a passagem de veículos e de pedestres. Como o terminal ainda não estava funcionando, não havia muita gente circulando — disse Alves.
Segundo ele, os dois casarões atingidos já estavam embargados e lacrados há vários anos. Há 15 anos trabalhando de um local de onde se vê toda a Rua Diogo de Vasconcelos, o barbeiro afirma que, no mesmo ponto, já houve um deslizamento semelhante em 2011.
— O terreno ali é bastante instável — explicou.