Acusação e defesa arrolaram 29 testemunhas para depor no júri do processo que apura as responsabilidades pela tragédia na boate Kiss, ocorrida em Santa Maria. Dessas, 10 são sobreviventes. Seriam 35, mas uma testemunha foi indicada simultaneamente pelas defesas de dois dos réus. Também porque os advogados de Luciano Bonilha Leão perderam o prazo e não puderam arrolar nomes. O julgamento está marcado para começar em 1º de dezembro, no Foro Central de Porto Alegre.
Os nomes das testemunhas não foram informados pela Justiça, o Ministério Público e advogados envolvidos no caso. Serão julgados os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. Eles respondem por 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio, essas referentes aos sobreviventes do incêndio de 27 de janeiro de 2013.
É um número bem menor de testemunhas do que o volume de oitivas na fase de instrução, quando o processo ainda tramitava em Santa Maria. Na oportunidade, foram ouvidas 201 pessoas, entre vítimas (115), testemunhas (68), peritos (18), além dos quatro réus. O número de testemunhas é limitado durante o júri pelo próprio Código de Processo Penal. Já sobre o número de vítimas, foi uma decisão do Tribunal de Justiça limitar em 10.
A lista de testemunhas:
Testemunhas do Ministério Público
- Funcionário da loja de fogos de artifício onde Luciano Bonilha Leão teria comprado os artefatos usados no show da banda Gurizada Fandangueira na noite da tragédia
- Funcionário de uma empresa de extintores de incêndio
- Engenheiro civil que fez o projeto de isolamento acústico da Kiss
- Arquiteta que foi consultada informalmente por um dos sócios da boate, Elissandro Spohr, para fazer mudanças estéticas na casa noturna. Acabou não sendo contratada
- Ex-funcionário da boate Kiss
Testemunhas de Mauro Hoffmann
- Publicitário que tinha relação profissional com Mauro Hoffmann;
- DJ que se apresentaria na noite da tragédia na boate
- Empresário que foi dono da Kiss antes de Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr
- Sócia de Mauro Hoffman na boate Absinto Hall, que fechou as portas assim que o réu foi preso após a tragédia da Kiss
- Gerente de empresa do ramo de bebidas que tinha relação profissional com Mauro Hoffmann
Testemunhas de Marcelo de Jesus dos Santos
- Percussionista da banda Gurizada Fandangueira, irmão de Marcelo
- Ex-operador de áudio da banda Gurizada Fandangueira
- Baterista da banda Gurizada Fandangueira (deverá ser substituído)
- Dono de casa noturna
- Juiz aposentado
Testemunhas de Elissandro Spohr
- Empresário e organizador de eventos
- Perita que trabalhou na análise toxicológica das amostras de sangue, urina e fluidos corporais (sangue misturado com outras substâncias) coletadas das vítimas do incêndio
- Perito criminal
- Empresário que foi dono da Kiss antes de Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr (também arrolado pela defesa de Mauro Hoffmann)
- Chefe do Estado-Maior do 4º Comando Regional dos Bombeiros de Santa Maria na data da tragédia. Chegou a ser condenado a seis meses de detenção pelo delito de fraude em documentos relacionados ao inquérito policial que apurou as causas do incêndio na boate Kiss
Vítimas
Dez sobreviventes (uma faleceu e será substituída)